segunda-feira, 16 de maio de 2022

As famílias Maass que foram para Rio do Testo/Pomerode


                        As famílias Maass que foram para Rio do Testo/Pomerode

         O nome MAASS com suas variantes Maaβ, Maass e Maas é comum na Alemanha e também aqui no Brasil entre os descendentes alemães. Nos registros de genealogia encontram-se milhares de nomes MAASS. Em registros da Igreja Luterana da Alemanha, desde 1500 até 1971 constantes no Family Search, aparecem 5.749 registros. No site My Heritage em 2021 há o registro de 612.104 arvores genealógicas grande parte nos Estados Unidos e Alasca, por se tratar de um site de língua inglesa. No site Kolberg Körlin região da Pomerânia oriental, atual território da Polonia há 2.312 registros de diversas partes desta região da Polonia. No Brasil, em Pomerode e Jaraguá do Sul nos cartórios e em túmulos aparece a variante Maahs embora sejam comprovadamente da família Maass.

     No século XIX entraram no Brasil diversas famílias com este nome, sem que houvesse um parentesco conhecido entre muitas delas. Para a região de Blumenau vieram famílias MAASS procedentes na maioria da Pomerânia, e em menor número de outras regiões da atual Alemanha. Todas as famílias registradas no Arquivo Histórico e Igreja Luterana de Blumenau com este nome são da religião luterana. No sul de Santa Catarina no município de Rio Fortuna se instalou a família de Johann Maas casado com Albertina Hilgendorf por volta de 1883 vindo da Pomerânia. Seus descendentes estão espalhados pelos municípios adjacentes. 

    Para Pomerode vieram duas famílias para as quais não sabemos se tem algum parentesco entre si. Karl Friedrich MAASS casado com WILHELMINE nascida HILGENDORF veio de Lasbeck Pomerânia e adquiriu em1868 os lotes 126b e 127 na margem esquerda de Rio do Testo.

 Outro imigrante foco deste texto, foi Johann MAASS e Anna Wilhelmine Hoge que ainda não tinham filhos quando chegaram ao Brasil. Vieram de Kniephof Pomerânia junto com outras famílias todas de localidades ao redor da cidade de Naugard/ Nowogard. Vieram com o Brigue Najade coincidentemente sob o comando do Capitão Maass com 121 passageiros que saiu de Hamburgo em 14 de maio de 1866, quando já era primavera na Europa. Chegou no Porto de São Francisco do Sul em 3 de setembro. Lá
desembarcaram 31 passageiros destinados a Joinville e depois continuou viagem para o Porto de Itajaí. Em Itajaí desembarcaram 99 passageiros e dois casais de carneiros que foram encomendados por Hermann Blumenau fundador da colônia do mesmo nome. 

    Das famílias que desembarcaram em Itajaí, 15 eram da Pomerânia mais especificamente de três localidades pertencentes a cidade de Naugard/Nowogard atual Polonia: Kniephof/ Konarzewo; Külz/Kulice e Jarchlin/Jarchilino. Estas três localidades distavam em torno de 3 km entre si e pertenciam a família de Otto Bismark que foi o chanceler da Alemanha após a unificação dos estados alemães a partir de 1870. As famílias destas localidades trabalhavam como empregados sem terra para a família Bismark ao longo dos séculos. 

     Da localidade de Külz/Kulice desembarcaram 8 famílias e 2 mulheres solteiras. Três casais tinham 40 anos ou mais e já tinham filhos adultos, adolescentes e crianças: a família Blohm, Grüzmacher, Lünke. Na família Blohm o pai tinha 40 anos vinha acompanhado de seu filho de 16 e mais três crianças de 6, 3 e 2 anos de idade. Vinha também com a noiva Maria Wegener da localidade de Wolgast/. Este caso sugere que o pai era viúvo talvez duas vezes, pela grande diferença da idade do filho mais velho e dos mais novos. A noiva está registrada duas vezes junto com a família e separadamente no final da lista como solteira na lista de passageiros do navio. Duas famílias eram de pais jovens com filhos ainda muito pequenos entre as quais J.F.W.1Radunz e Friedrich G. Hoge. O casal Hoge vinha também com os pais de Friedrich e irmãs procedentes da localidade de Kniephof. Dois casais ainda não tinham filhos: Konnel e Gutz. As mulheres solteiras eram Johanne Schwarz de 23 anos e Maria Wegener de 36 anos que acompanhava seu noivo J.F Blohm e os filhos deste, já mencionados anteriormente. 
    Da localidade de Kniephof/ KONARZEWO vieram 4 famílias sendo um deles o casal: Johann Friedrich Maas de 26 anos e Anna Wilhelmine2 Hoge de 28 anos. Junto com eles vieram os pais de Wilhelmina, C. G de 60 anos e Johanne Hoge de 56 anos e a irmã Emilie Hoge de 17 anos solteira. Importante lembrar que com esta família chegou também o irmão casado de Wilhelmina, Friedrich Hoge que vinha de Külz já citado 1 As abreviaturas constam nas listas de passageiros masculinos destes que vieram destas três localidades somente, diferente dos demais passageiros que consta o nome completo. 2O nome de Anna Wilhelmine foi uma inferência da autora, pois na lista de passageiros está somente Anna e nos registros posteriores da Igreja Luterana está Wilhelmine. Como geralmente as mulheres também tinham 2 a 3 nomes presume-se que teria sido Anna Wilhelmine.  antes. Desta mesma aldeia veio também a família de CFG Reinke com dois filhos menores, e a família de FW Heise com tres  filhos menores. 

Três famílias vieram Jarchlin/ Jarchilino sendo duas com filhos já adultos a família de C.A.F Sievers e a de Friedrich Carl Bamthien. Veio ainda um jovem solteiro A.W. E. Hornburg. 

    Todas estas famílias compraram lotes na colonização do Rio do Testo/Pomerode, passaram a conviver juntos sendo que filhos e netos destes imigrantes casaram entre si como Maas e Radunz, Maas e Konnel. 






                Igreja luterana na vila de Kulice/ Külz no Kreis de Naugard na antiga Pomerânia. 
                Acervo Michel Gustmann

 A FAMÍLIA DE JOHANN MAAS E ANNA WILHELMINA HOGE EM POMERODE 

     Ao desembarcar do navio foram para Blumenau sendo que mulheres e crianças permaneceram no alojamento de imigrantes e os homens foram comprar e tomar posse das terras. Johann Maass adquiriu os lotes 95,96 e 97. Possivelmente comprou as terras antes desta data, recebendo os registros oficialmente em 1868. Assim é possível delinear a trajetória deste casal de acordo com os registros de nascimento e confirmação dos filhos, e pela trajetória conhecida de outras famílias que vieram no mesmo navio como a família Hoge

Johann Maas * 1840 Kniephof Anna Wilhelmine Hoge *1838 Kniephof 
Filhos: 
1.Julius /Júlio  nasceu em  8-9-1869 e confirmado em 06.04.1884 na igreja luterana de Badenfurt. Casamento civil na comarca de Blumenau em 01.06. 1891 com Bertha Carolina Radunz filha de Guilherme Radunz e Joahnna Lümke. Testemunha: o pai Johann Maas. Residiam no Ribeirão Areias. Filho: Friedrich Maas *14.11.1893. Em 23.06.1915 casou com Albertina Erdmann. Friedrich faleceu 16.04.1956 e Albertina em 28.07. 1973. Deixaram as seguintes filhas: Edith, Otilia,Edla e Asterchen.

 2. Hermann Karl Wilhelm  nasceu em 15.10.1871 faleceu 24.01.1910. Casamento civil em 13-11- 1891 aos vinte anos com Caroline Emilie Augustine Radunz de 17 anos filha de Guilherme Radunz e Joanna Lümke . Hermann faleceu aos 49 anos a viúva casou em segundas núpcias com Karl Behling. Caroline EMILIE Augustine nasceu em 1874, casou em primeiras núpcias com HERMANN Karl Wilhelm Maass e em segunda com KARL Behling. É filha do imigrante Wilhelm Radünz. 


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                                               Caroline EMILIE Augustine Radunz. Acervo Genemir Radunz

Do casamento com Hermann Karl Wilhelm nasceram os filhos 
 2.1 Hedwig 
2.2 Alois 
2.3 Augusto *1.04.1893 +22.11.1970 casou com Ida Reinke *30.04.1899 +12.09.1982 
         2.3.1 Alfred *14.01.1916 casou com Irma Hackbarth
         2.3.2 Alex 2.3.3 Selly casou com Alex Radunz 
        2.3.4 Hertha 2.3.5 Hary
 2.4 Emilio casou Paulina tendo os filhos:Ewaldo e Hari 5 
2.5 Ernesto
 2.6 Otto 
2.7 Wilhelm/Guilherme
 2.8 Johann/João era professor em várias escolas de Pomerode 
2.9 Henrique casou com Elizabeth Filho: Wigand*19.2.1909 +02.04.1972 deixou os filhos: Wigand, Elzira e Amélia. 
2.10 Luiz + faleceu em 05.02.1971 com 63 anos casado com Olga Steinert residiam em Rega Alta. Filhos: Wanda, Erica e Heinz

 3 Hedwig nasceu em 04.08.1873. sem dados posteriores sobre casamento e filhos

 4.Albert nasceu em 02.4.1875 em Testo Alto/Pomerode. Casamento civil em 28.07.1896 com Wilhelmina ( Minna) Franz 3 filha de Wilhelm Franz e Wilhelmine Zager ( registrada como Anna Tribess). As testemunhas foram o irmão do noivo Hermann Maas e o meio irmão da noiva Helmuth Franz.Wilhelmina dita Minna nasceu em 09.01.1874 tinha 22 anos quando casou. 

 Albert faleceu em 5/4/1939 e foi sepultado no Cemitério Luterano Testo Central Alto de Pomerode na Rua Wanda Volkmann, lateral da Rua dos Atiradores. Este cemitério pertence a Comunidade Luterana Martin Luther de Pomerode. No túmulo a inscrição: Guter Vater ruh in Frieden. Schlummer sanft ungekämpf  bis der Herr dich ruft. Ruhe  Sanft. Tradução: Bom pai descanse em paz. Sono suave até que o Senhor o chame. Descanse em paz.


Lápide do túmulo de Albert Maass no Cemiterio Luterano  Testo Central  Alto  Martin Luther. Foto Bilion Graveshttps://pt.billiongraves.international/grave/Albert-Maahs/24729882.Em janeiro de 2022 constatou-se que o túmulo estava destruído.           

            Minna sobreviveu ao esposo durante mais 19 anos falecendo  em 29/1/ 1958 com a idade de 84 anos. Como após a morte do esposo foi morar com o filho Arthur, está sepultada no cemitério antigo de Rio do Testo Alto. No túmulo a inscrição: Gutte Mutter Schlaf wohl. Ruhe sanf gute nacht. Es ist volbracht. Tradução: Boa mãe durma bem. Descanso suave boa noite, está consumado. 


Túmulo de Minna  Maass nascida Franz.  Cemitério Luterano /Imigrantes no bairro Alto Rio do Testo.Foto Bilion Graves https://pt.billiongraves.international/grave/Minna-Franz-Maass/24394738 Túmulo em janeiro de 2022 continua conservado bem como o cemitério

Filhos de Albert Maas  e Wilhelmina (Minna) Franz 

1- IDA. Nasceu em 12.08.1898 em Pomerode, casou com Augusto Dräger de Pomerode.  Migraram primeiramente para o distrito de Nereu Ramos (Retorcida) depois foram para o bairro Três Rios do Sul também em Jaraguá do Sul. A família de Alwin foi no casamento do filho Vitor, foi uma festa grande onde estavam os familiares MAAS. O filho Erwino ficou solteiro, e ia muitas vezes à Guaramirim de bicicleta visitar seu tio Alwin. Ida faleceu em 29.10.1971 às 18 hs de Insuficiência Cardíaca aos 73 anos. Deixou os seguintes filhos: Henrique, Erwino, Vitor, Cilli e Frida.

2 –Emil / Emílio. Nasceu em   01.07.1900 e faleceu em 24.11.1977 às 5:30 da manhã.  Casamento civil em Jaraguá do Sul   05.04.1930 com Emma Stolberg * 8.06.1908, Erwin Spieder e Arthur Maas foram as testemunhas. Moravam na denominada Sohnstiefer uma servidão lateral da estrada principal de Rio da Luz. Era lavrador, religião luterana como os demais da família. Foi sepultado no cemitério de Ribeirão Grande   da Luz.


             Túmulo de Emilio Maass com a grafia MAHS no Cemitério de Ribeirão Grande da Luz

 

 Filhos: Herbert e Elizabeth.

O filho Herbert teve 4 filhas, sendo que a esposa faleceu no último parto. Ele então criou as filhas sozinho. 

3 – Alwin. Nasceu em 24.07.1902 e faleceu em 9.10.1967 casou com Lina Fischer cuja família tinha raízes em Pomerode. 

4- Berta. Nasceu em 17.11.1904 e faleceu em 29.12.1988. Casou com Francisco Hornburg nascido em 13.12.1902, e falecido em 25/9/1982. Viveram em Pomerode no Alto Rio do Testo. Estão sepultados no Cemitério novo do Alto Rio de Testo atual Rota de Enxaimel. Filhos: Bruno, Wally e Paulina

5 – Augusta. Nasceu em 18.5.1907   e faleceu   em   16.11.1983. Casou com Bertold Hornburg nascido em 19.7.1901 e falecido em 2.7.1983. Permaneceram em Pomerode   e foram sepultados no Cemitério novo de Alto Rio do Testo, rota de enxaimel, em Pomerode. Na lápide de Augusta consta: “In deine Hände befehle ich meinem Geist, du hast mich erlöst, Herr du treuer Got.”  Em tuas mãos coloco minha alma, você me resgatou Senhor Deus.

Filho de Augusta: 1. Egon, 2. Elly casou com Hubert Krüger, 3. Erna nascida em 20.06.1940   casou com Herbert Utbartel. A filha Elly ainda manteve nos anos recentes muitos contatos com integrantes da família de Alwin Maass, pelo fato de possuir uma casa de veraneio no Balneário de Penha. Os descendentes de Alwin relatam sobre seu aniversário de 80 anos que foi festejado neste balneário com a presença de muitos descendentes oriundos do casal Albert e Minna.

6-Arthur. Nasceu em 12.8.1909 e faleceu em 21.9.1990 casou com  Lina Hornburg nascida em 11.6.1909 e faleceu em  2.8.1956 sepultada no cemitério velho  de Alto Rio do Testo. Tinha apenas 45 anos de idade. Seu túmulo está ao lado de sua sogra Minna Franz. Na lápide consta a frase: Du liebes Mutterherz.Wie gross ist doch unser schmerz.Es ist so still bei uns und lehr.Es felt die Mutter uns gar sehr. Ruhe sanft nach machen schmerz du lieber Mutterherz. Querido coração de mãe, quão grande é nossa dor, está tão vazio e quieto, está faltando a mãe. Descanse em paz coração de mãe. O casal permaneceu em Pomerode residiam no Alto Rio do Testo sendo que seus descendentes ainda residem nesta região. Ele está sepultado no cemitério novo da Rota de Enxaimel, Pomerode.

Filhos:

6.1-Gerad casou com Raulina. Filhos:  Analina e Dolores que casou com Fritz Kamke e tiveram os filhos: Jefferson Arthur, Maira e João Fritz.

6.2-Natália casou Borchardt Filhos: Rosita e Lauro. 

6.3- Renata casada com João Cardoso. 

7-Reinoldo nasceu em 1913. Casou em primeiras núpcias com Edi Bahr  que faleceu prematuramente. Casou então em segundas núpcias com a viúva Blank de Blumenau. Quem o conheceu relata que Reinold era uma pessoa muito alegre e tinha cabelos negros e fama de homem bonito entre os parentes que o conheceram. Depois do segundo casamento foi residir em Blumenau e quando faleceu foi   sepultado no cemitério luterano do Bairro Fortaleza. Filhos: Raulina e Norberto.

8 – Hugo   nasceu em 08.04. 1916. Casou com Fride Piske e foi residir em Rio da Luz I Jaraguá do Sul onde tinha uma grande propriedade agricola. Quem o conheceu relata que ele era muto semelhante a seu irmão Alwin, magro e loiro. Hugo foi o padrinho de Egon Maas filho mais novo de Alwin.  Faleceu em 10.3.1976 com 59 anos de enfarte de miocárdio. Teve duas filhas: Elly e Elvira.

 


                                                        

                                                            Hugo Maas e Fride Piske

                                HISTÓRIA DE ALWIN MAAS 

Alwin nascido 24/7/1902 em Pomerode, consta no registro do casamento civil que residia na localidade de Ribeirão Rega/ Tifa dos Canudos, Rio do Testo/Pomerode. Casou em 11.02.1929 com Lina Maas filha de Carl Fischer e da já falecida Auguste Achtenberg da localidade de Benjamim Constant. A família Fischer também era originária de Pomerode e tinha migrado para esta localidade. As testemunhas do casamento civil foram Gustav Kylcköfel e Walter Ribock. Walter Ribock já tinha sido   testemunha do casamento de Erwin Fischer e a família Kylcköfel era  vizinha da propriedade da família Fischer.  Não se sabe se Alwin já tinha migrado para Benjamim Constant antes do casamento ou se isto ocorreu após o casamento.  Importante constar que nenhum dos irmãos de Alwin constam como testemunhas do casamento civil que se realizou em Blumenau.

Após casar, Alwin e Lina residiram primeiramente em Benjamim Constant onde nasceram os filhos Lucia em 1929, Herbert 1930, Helga 1932 e  Zita 1935. A principal plantação era arroz na técnica de alagamento de terreno. Relatos da filha Helga, referem que Alwin tinha saúde frágil e não se adaptava com este tipo de plantação pois pelo fato de estar em contato com a água do terreno tinha afecções respiratórias frequentes.

Aproximadamente após 1935, algumas famílias de Benjamim Constant, começaram a buscar lugares mais perto de cidades onde pudessem escoar melhor os produtos agrícolas. Entre estas, estava  o chefe da família Zastrow que decidiu  prospectar a região de Guaramirim e Jaraguá do Sul. O Sr. Zastrow voltou entusiasmado com a compra de um terreno em Jaraguá do Sul no local chamado Estrada Itapocú próximo a Guaramirim. Espalhou seu entusiasmo para   os vizinhos e assim Alwin também foi a procura de terras, comprando um terreno na então Bananal atual Guaramirim e na localidade de Itapocuzinho, não muito longe do terreno da família Zastrow.

Naquele tempo Bananal era um distrito que pertencia a Joinville e a localidade de Benjamim Constant era um distrito de Blumenau. Em 1937, Getúlio Vargas decretou o estado Novo instituindo a ditadura. Nereu Ramos que era o governador tornou-se  o interventor do estado de Santa Catarina. Logo em 1939 iria começar a segunda guerra e começaria a perseguição aos descendentes de alemães com a campanha da nacionalização. No entanto o Jornal Correio do Povo de Jaraguá do Sul do dia 13 de novembro de 1937 anuncia na sua primeira página: A nação integrada em suas aspirações democráticas toma novos e seguros rumos. Novos rumos que iriam causar muitos sofrimentos a população local com a perseguição ao movimento integralista e depois aos descendentes de alemães com fechamento dos clubes, escolas e proibição da língua alemã. 

Alwin e sua família migraram para o Bananal naquele ano de 1937. A família Zastrow foi de grande ajuda para fazer a viagem. Foi uma mudança com as crianças ainda pequenas, Zita tinha apenas dois anos, Helga 5, Herbert 7, Lucia 8 e o filho de Lina, Raulino já tinha 10 anos de idade. Helga relata que veio sentada no meio da mudança na carroça do Sr. Zastrow.

Lá em Bananal, que em 1949 viria a ser o município de Guaramirim, permaneceram durante muitos anos e onde nasceram os filhos Regina em 1944 e Egon em 1946. Logo depois, não se sabe a data, o pai, madrasta e irmãos de Lina também migraram para Jaraguá do Sul na Estrada Itapocú muito próximo da família Zastrow e de Alwin.

Alwin e família, se estabeleceram na localidade de Itapocuzinho, muito próximo onde os primeiros imigrantes luteranos ergueram a escola que funcionava também como local de cultos. Mais tarde ali bem próximo foi erguida a igreja luterana. O terreno se situava em uma servidão  onde atualmente está uma instituição de ensino superior sendo que o  bairro atualmente é denominado de Imigrantes. A propriedade se estendia desde as margens do Rio Itapocuzinho até uma parte do morro. A servidão vinha da estrada principal   atravessava a propriedade entre a parte plana e alta do terreno. Havia um pequeno caminho com um pontilhão sobre minúsculo curso de água que ligava a servidão ao pasto em frente da casa.

A casa era de madeira, pintada de cor amarela com uma varanda. Depois da varanda no lado esquerdo estava situada a sala de visitas e em seguida a cozinha. No lado direito estava o quarto de dormir. Havia um sótão onde as crianças   maiores dormiam.  Este era um modelo de casa popular da época.  Estava situada na primeira elevação do terreno no meio de um grande pasto que se estendia até o morro íngreme. Tinha um jardim frontal com flores e um gramado que servia para alvejar as roupas sem que as galinhas e o gado tivessem acesso. Havia grandes pés de laranjas no lado direito que proporcionavam sombras para a casa, onde ficava também o tanque de lavação das roupas e o varal.  Nos fundos ficavam os ranchos: galinheiro, chiqueiro e estrebaria, o pasto e o morro. Portanto era um terreno onde havia bastante pasto, mas a parte plana própria para a lavoura era sujeita a enchentes, no outro lado da servidão.

A casa nunca teve energia elétrica, tinham lampiões alimentados por querosene, para isto compravam latas grandes, que depois de vazias eram limpas e utilizadas para outros fins. Os vizinhos já tinham luz elétrica, mas Alwin era contra modernidades achava isto desnecessário. Quando mais tarde foram morar em Joinville a casa também não tinha energia elétrica, só quando foram residir   no bairro da Vila Nova desfrutaram deste conforto porque lá já  estava instalado  este recurso.

O vizinho mais próximo no lado esquerdo era a família de Luiz Balisteri, de origem italiana e fervorosamente católica que tinha muitos filhos sendo que alguns foram estudar para padre em seminários. Residiam em uma grande casa de alvenaria, do lado oposto da servidão numa pequena elevação, com o terreno que se estendia desde as margens do Rio Itapocuzinho até o morro. Nas enchentes, a casa também ficava totalmente ilhada. A família era bem situada economicamente tinha muitas vacas, porcos e extensas plantações. Liria era a menina da família companheira de Regina da família Maas. O vizinho do lado direito era família Batista, uma família de origem lusa e católica. Mais tarde eles venderam o terreno para a família Dallman.

Os filhos mais velhos Raulino, Herbert e Lucia frequentaram primeiramente a escola comunitária denominada escola da cooperativa ou Escola de Itapocuzinho que era paga pelos próprios moradores. Era uma escola fundada pelos imigrantes alemães já em 1893 e que inicialmente funcionava aos domingos como igreja luterana.

Em 21 de abril de 1941 foi inaugurado o Grupo Escolar Almirante Tamandaré, na época foram matriculados 297 alunos distribuídos em 8 turmas. A data da inauguração foi em homenagem ao aniversário do ditador Getúlio Vargas. Nesta data,  outras escolas foram inauguradas na região e faziam parte do processo de nacionalização patrocinada pelo governo federal e executada pelo interventor estadual Nereu Ramos. Estas escolas vinham substituir as escolas comunitárias fundadas pelos imigrantes e fechadas compulsoriamente. Esta nova escola foi frequentada por Helga, Zita, Regina e Egon.  Cursaram o que na época se denominava ensino primário que tinha a duração de 3 a 4 anos. Regina relata que entrou em 1952 no 1° ano e completou o 5°ano, mas não pode seguir adiante pois era costume vedar o estudo para as mulheres. Refere que na época final da década de 1950 já havia ali o ensino secundário.  Explicou que nas sextas feiras as 11 horas da manhã era ministrado o ensino religioso, para os luteranos no qual o professor era o pastor. Para isto, havia a separação da turma, os católicos iam para a sala do padre e os luteranos para a sala do pastor. Neste processo ocorriam rivalidades entre as crianças, Regina lembra que logo no primeiro ano, quando se dirigia para a sala do ensino protestante uma colega católica lhe disse: você vai para o inferno. Frase que ficou como uma triste lembrança.

Como o tamanho e condições do terreno de Alwin não permitia aos filhos darem continuidade com as atividades agrícolas, os filhos mais velhos Raulino e Herbert foram procurar outras formas de sustento na adolescência. Raulino foi se empregar como aprendiz de mecânico, segundo Helga   em Itapocuzinho atual Bairro de João Pessoa. Depois foi trabalhar na empresa metal mecânica Kolbach no centro de Jaraguá de acordo com sua irmã Regina. Se deslocava a Jaraguá de bicicleta.  Depois foi para Blumenau trabalhar na empresa têxtil Garcia, na função de torneiro mecânico. Lá casou, constituiu família e permaneceu até sua morte.

Já Herbert em 1946, com 16 anos foi trabalhar no cortume de Willi Lemke de Guaramirim. Na época, os principais funcionários eram ele e seu futuro cunhado Fritz Prüsse. Após a saída de Fritz que fez seu próprio cortume, primeiramente Herbert foi trabalhar com ele e seu antigo patrão continuou trabalhando sozinho. Como trabalhar com Fritz Prüsse não deu certo, seu antigo patrão convidou Herbert para voltar a a trabalhar com ele e em seguida o convidou para comprar o seu cortume.  Como Herbert não tinha condições de sozinho fazer esta compra, pediu a ajuda de seu tio Ricardo Fischer que estava querendo sair de Benjamim Constant a ajudá-lo nesta empreitada. Assim Ricardo Fischer vendeu seu terreno em Benjamim Constant, comprou um terreno na Estrada Itapocú em Jaraguá do Sul próximo da divisa de Guaramirim e entrou em sociedade com seu sobrinho comprando o cortume. Trabalharam juntos durante alguns anos, mas a relação entre os sócios foi-se deteriorando. Como o cortume estava dando lucro, Herbert comprou a parte de Ricardo. Inicialmente Herbert e Ricardo trabalharam duro, buscavam os couros em locais distantes como Campinha, Benjamim Constant, Massaranduba de carroça. Mais tarde já com os progressos compraram uma caminhonete dos modelos antigos para depois comprar uma de modelo mais novo. O cortume estava situado nos fundos do terreno herdado por sua esposa Edith Prüsse. Este terreno ficava próximo do terreno de Alwin.

Com os filhos mais velhos já fora da lavoura, mas ainda morando em casa,  Lucia  foi trabalhar  na cidade de São Bento do Sul norte do estado de Santa Catarina como doméstica.  Helga a segunda filha mais velha permaneceu em casa e era a principal ajudante do pai na lavoura. Helga foi a primeira  a casar, isto aconteceu em 1949 quando tinha 17 anos. Na época, Regina tinha apenas 5 anos, Zita 14 e Egon apenas 3 anos. Assim a década de 1950 se inicia com uma filha casada, e três dos filhos mais velhos Raulino, Herbert e Lucia buscando seu sustento fora da lavoura, e os filhos menores Regina e Egon iniciando as atividades escolares.  Raulino e Herbert se casaram com uma semana de diferença no início da década de 1950. O casamento de Raulino foi em Blumenau sem a presença dos pais que não foram convidados, apenas Lucia e Zita foram ao casamento, mesmo sem um convite formal. Uma semana depois os recém-casados atenderam ao convite do casamento de Herbert. Quando os recém casados chegaram, Lina externou em palavras toda sua mágoa por não ter sido convidada para o casamento.

O casamento de Herbert se realizou na ampla casa da família Kohn que ficava perto do cemitério municipal na rua 28 de agosto em Guaramirim, já que as famílias dos noivos não dispunham de local apropriado. Foi uma festa grande com a presença dos familiares de ambas as partes.

Lucia casou mais tarde em 1957 quando já completava 28 anos e Zita no início da década de 1960 sendo que Regina foi sua testemunha. Permaneceram em casa apenas Regina e Egon os mais novos e solteiros.  Regina ajudava as irmãs Lucia, Helga quando iam nascendo os sobrinhos. Zita Também fez este papel no nascimento do quarto filho de Helga, Alois.

A rotina da casa de Alwin e Lina relatada por Regina, era semelhante a vida dos agricultores da região. Nas segundas feiras as mulheres lavavam a roupa o que incluía a roupa de cama branca. Tudo era lavado a mão esfregando as peças na tábua de lavar. A roupa escura era logo pendurada no varal, enquanto a branca era estendida para alvejar no pastinho do jardim até a manhã seguinte. Durante o dia se utilizava um regador para molhar as peças pois elas não deveriam secar. Caso isto acontecesse a roupa poderia ficar manchada. Na manhã de terça feira, as peças eram recolhidas e enxaguadas e então penduradas ao sol. Segundo Regina, a roupa ficava totalmente branca seguindo este processo. Depois de tudo seco era a hora de passar as roupas. Como não havia luz elétrica, a tarefa era feita com o ferro contendo brasas. Eram brasas especiais feitas com sabugos de milho. Mais tarde compravam pedaços de carvão o que tornava a tarefa mais fácil. O ferro tinha que estar criteriosamente limpo, para não manchar a roupa. Regina lembra que Herbert usava calças de linho claras para ir namorar. Então Zita tinha que passar estas calças com todo cuidado. Como o linho amassava facilmente, na hora de vestir ele subia em uma cadeira e Zita ajudava a vesti-lo para não desmanchar o vinco da calça.

Durante a semana, a rotina se dava entre o trabalho doméstico e a roça. Aos sábados de manhã a tarefa era buscar o “trato” para os animais, fazer pão e cuca além do almoço. Depois as mulheres limpavam a casa e o pátio ao redor. A limpeza da casa consistia em, depois do almoço esfregar todos os talheres e panelas com cinza até brilharem novamente. A chapa do fogão a lenha era esfregada igualmente com a cinza, bem como todo o assoalho da casa principalmente o da cozinha geralmente o mais sujo. Jogava-se as cinzas depois se aspergia um pouco de água e usava-se uma escova de cerdas duras para escovar. No final da tarde, matava-se um pato ou um marreco para o assado de domingo. Os domingos eram reservados para ir ao culto na igreja que   ficava próxima na rua principal além de fazer almoço. Domingos a tarde, fazia-se visitas aos parentes ou recebiam visitas. Estas visitas não eram anunciadas previamente exceto quando havia aniversários a comemorar.

Alwin e Lina mantinham contato frequente com suas famílias de origem. Lina tinha seu pai, madrasta e irmão residindo 2 km de distância de sua casa. Alwin mesmo com seus irmão e irmãs residindo em Pomerode e Rio da Luz recebia visitas e visitava os irmãos. As irmãs Augusta e Berta casadas com os irmãos Hornburg tinham um caminhão com toldo na carroceria, e quando resolviam ir a Guaramirim, faziam uma lotação das duas irmãs, maridos e filhos mais o irmão Arthur com sua família e iam todos passar o domingo com o irmão. Para Rio da Luz ou para visitar a irmã Ida em Nereu Ramos e depois em Três Rios do Sul, Alwin com Lina e seus dois filhos menores Regina e Egon faziam o trajeto de carroça. Os padrinhos e madrinhas das crianças eram invariavelmente os tios de ambos os lados: assim Hugo irmão mais novo de Alwin era o padrinho de Egon, Reinoldo que morava em Blumenau era o padrinho de Regina. Por ocasião da morte da mãe de Alwin em 1958, um vizinho veio a Jaraguá do Sul e Guaramirim avisar sobre a morte para os filhos Hugo, Emilio e Alwin, assim eles puderam ir no sepultamento.

A família de Alwin frequentava a igreja luterana que na época ainda estava situada bem próximo da casa numa pequena elevação e com uma linha de túmulos na frente. Mais tarde ela foi destruída e o terreno vendido quando foi construída uma nova igreja no centro de Guaramirim onde se encontra até os dias atuais, 2022.

Igreja luterana de Guaramirim cuja fundação ocorreu em 1893 e  estava situada no atual Bairro dos imigrantes

Plantava-se um pouco de tudo, bananas, milho para alimentar as aves e porcos, tinham vacas para produção de leite que era vendida para a empresa Grubba, durante um tempo também foi vendida para a empresa Costa de João Pessoa. Esta empresa comprava o leite e vendia seus produtos para os colonos, antes das épocas de festas fazia um levantamento da quantidade de carne bovina que os agricultores queriam comprar. Era a única época que compravam carne bovina. Durante o ano, a carne era de porco e aves. Regina lembra que a cada um ou dois meses matavam um porco cuja carne era armazenada de diferentes formas no sal ou defumada para o consumo diário e a fabricação de linguiças e morcilha.

Plantavam araruta em grande quantidade que era transportada com carroça para a Fecularia em Rio Molha de Adolfo Emmendoerfer. Geralmente Regina ia junto com o pai que na volta passava em uma padaria e comprava pão de trigo. Para quem durante a semana normalmente comia pão de milho, o pão de trigo era iguaria especial. Na ocasião da entrega da araruta Alwin comprava sagú e polvilho de araruta e de aipim que era utilizada na fabricação de biscoitos.

Quanto aos alimentos Regina refere que durante muito tempo o pão era feito de fubá e cará. Mais tarde quando Alvin vendia bananas ele tinha dinheiro para comprar um saco grande de trigo, possibilitando fazer pão de mistura nos finais de semana. O fubá era produto do milho que plantavam e levavam para ser moído nos moinhos do Hardt mais tarde  no genro da família Friedemann. Para colocar no pão, um produto que nunca faltava era melado, produto da cana que era levada para a família Kohn que o fabricava. Também faziam “muss” de laranja e tangerina, frutas que eles tinham em abundância. Também sempre havia banha quardada nos potes de barro.

Nas festas havia comida especial e em abundância. Regina lembra que faziam 3 latas grandes de biscoitos pintados por ocasião do Natal. Também na Pascoa faziam os ovos coloridos recheados de amendoim. O amendoim era da própria plantação. Depois de torrado era retirada a casca e triturado grosseiramente. Depois era acrescentado açúcar e mais uma vez torrado na frigideira. Esperava-se esfriar e em seguida era colocados dentro das cascas de ovos previamente pintadas. Referem que quando crianças a cesta dos ovos eram escondidos e as crianças procuravam no domingo de manhã.

As enchentes   assombravam a vida da família. Para a filha Helga, o acontecimento mais traumático foi a enchente de novembro de 1944 quando ela tinha 12 anos. Apesar da casa estar em uma elevação, seu pai ficou com medo das águas e foi instalar  a família de forma improvisada no pasto no alto do morro.  Para isto Alwin pegou folhas de Zinco e madeiras, e provavelmente com a ajuda de seus filhos mais velhos Raulino e Herbert, contruiu uma espécie de cabana. A família saiu de casa de canoa pois a casa já estava ilhada. Na época Regina a segunda filha mais nova tinha apenas 8 meses de idade. Apesar de tudo, a casa não foi atingida pelas águas.  Esta enchente matou pessoas e animais. No jornal o Correio do Povo de Jaraguá do Sul[1], as notícias sobre a enchente foram: Depois de longa estiagem durante o ano, os dias que antecederam aquele funesto domingo de 26 de novembro, caracterizaram-se por uma chuva torrencial e incessante. E assim desde a noite do sábado, começaram a se concretizar os maus presságios de uma enchente de grandes proporções. No domingo em Jaraguá as 13 horas da tarde o rio estava 7 metros acima de seu curso normal. O que resultou em prejuízos de mais de 300. 000,00 de cruzeiros; casas debaixo da água, plantações destruídas, pontes e estradas levadas pela cheia. Em Guaramirim os trilhos da estrada de ferro foram arrancados impedindo o tráfego ferroviário para São Francisco do Sul por uma semana, na data da reportagem 2  de  dezembro o trânsito ainda não havia se restabelecido. A reportagem enfatiza que foi  a maior cheia desde 1906 faltando pouco para se igualar à aquela. Ainda em Guaramirim pela situação geográfica as casas e o comercio no centro da cidade bem como a estação ferroviária foram inundadas pelas águas.

De acordo com a filha Regina, no início da década de 1960 houve outra enchente muito grande, com ameaça de rompimento da Barragem do Rio Bracinho. Por precaução Lina, Alwin Egon e Regina se refugiaram no mezanino do cortume do filho Herbert. Nesta enchente novamente toda a plantação foi perdida.

 Alwin era inquieto e não era uma pessoa conformada. Após residir neste local por quase 20 anos resolveu vender suas terras em uma época que seus filhos já eram todos adultos e dois ainda solteiros. A principal razão eram as enchentes que alagavam a parte plana do terreno perto do rio. Tendo havido enchentes por dois a três anos consecutivos, Alwin desanimou e vendeu toda a propriedade para uma família de origem italiana. Primeiro pensou em migrar para o Paraná, pois havia nesta época a febre da migração para este estado, mas a esposa Lina não concordou. Transferiu-se então para a localidade de Estrada Blumenau   em Joinville. Lá adquiriu uma bela propriedade as margens de um ribeirão, que passva do lado da casa que era de madeira. Era uma casa ampla e confortável, mas sem energia elétrica. Mas ficaram neste lugar apenas 4 anos. Vendeu novamente esta propriedade para uma família de origem italiana e adquiriu outra no Bairro da Vila Nova também em Joinville. A casa de alvenaria era ampla, próxima de comércios, igreja e bastante próxima da cidade.

            Mas neste período Alwin lutava com sintomas digestivos mais tarde constados por uma cirurgia que era um câncer de estômago em fase adiantada, falecendo em 1967 com apenas 65 anos. Por ocasião de seu enterro os irmãos de Pomerode e Jaraguá compareceram para  última homenagem.

Lina ainda viveu durante muitos anos na sua casa aos cuidados de sua filha Regina e de seu filho Egon. Faleceu com 87 anos, sendo que   ela e o esposo   Alwin estão sepultados no cemitério da localidade Estrada Blumenau em Joinville.

Casa que pertencia ao casal Alwin Maas e Lina Fischer na localidade de Benjamim Constant, Massaranduba. Os últimos moradores da casa eram poloneses, as paredes internas tem pinturas pintadas a mão.  Na foto de   óculos escuros Helga  Maas Eggert  nascida nesta casa. Alitor Eggert o esposo e a filha Astrid autora deste escrito. Foto 2005. Acervo Astrid Eggert Boehs

litor Eggert e Helga Maas Eggert na parte posterior lateral da Igreja evangélica de Benjamim Constant atrás está situado o cemitério onde estão sepultados filhas e filhos de Carl Fischer. Foto 2005. Acervo Astrid Eggert Boehs

                                        Túmulo de Alwin Maas no   Cemitério da Comunidade Estrada Blumenau                                             Km 11 em Joinville.


                                            Última moradia de Alwin e Lina em Joinville foto 2021

                                                Da E. p/D Egon, Raulino, Lina, Zita e Herbert. Atraz Helga e Regina.

                                    

                                                

Dados genealógicos

 Alwin nasceu em 24/7/1902 e faleceu em 9/10/1967 casou com Lina Fischer nascida em 1906 e faleceu em 13/5/1993 

 1-Raulino Fischer nascido em 29/11/1927. Faleceu em 24.04.2013. Filho de Lina e pai não revelado oficialmente. Casou-se com Ilse Becker de Blumenau. Ela era filha de uma família luterana bastante ativa na igreja. Ele era torneiro mecânico trabalhou primeiramente em Jaraguá do Sul e depois foi para Blumenau onde trabalhou na Empresa Garcia. Teve os seguintes filhos: Carmelita, Rolf, Carin, Wolfgang e Edward 


Raulino Fischer 

2-Lúcia  Maas dos Mártyres - nascida em 2/10/ 1929 em Benjamim Constant, faleceu em 19/9/2004 e foi sepultada no Cemitério São Francisco de Paula, mais conhecido como Cemitério Municipal, localizado à Praça Padre Souto Maior, s/n.º, bairro São Francisco de Curitiba no Mausuléu da família Martyres. Apesar de constar nos registros do cemitério, que ela está sepultada neste lugar, não há menção de seu nome. Lucia foi trabalhar primeiramente na cidade de São Bento. Consta que trabalhava em casa de um político que tinha várias domésticas. Lucia era cozinheira e responsável pelas roupas da família. Mais tarde foi trabalhar em Curitiba, lá conheceu o português Adelmar dos Mártyres (*1928 + 14.05.2019 Curitiba) com quem se casou. O casamento foi em Guaramirim em 10 de julho de 1957 quando Lucia já tinha 28 anos. O casamento foi apenas no registro civil, não casaram religiosamente. Adelmar era ligado ao chamado Jogo do bicho, nesta época tinham uma boa situação financeira. Quando em 1961 assumiu o governo de Janio Quadros que proibiu este jogo, a família entrou em decadência financeira. A partir daí Adelmar proprietário de uma loja de concertos de relógios, segundo relatos na Rua Saldanha  Marinho. Lucia para não depender das instabilidades financeiras do esposo, começou a vender produtos como os da marca Avon o que lhe garantia uma renda própria. Esta atividade lhe rendeu dinheiro com o qual comprou lote e casa no Bairro Jardim Paulista bem em frente ao Hospital Angelina Caron. Este  local atualmente integra outro município na região metropolitana de Curitiba, próximo da Br 116 para São Paulo. Depois disto com muitas economias, comprou outros lotes perto de sua casa. Já mais idosa e separada do esposo vendeu estes lotes e comprou terreno e casa numa praia. Lucia após um câncer curado, faleceu de um ataque cardíaco fulminante. Lucia era uma pessoa positiva e divertida, tinha muitos animais de estimação tanto cachorros como gatos. Apesar de mais distante da família, cultivava relações com suas irmãs. Filhos: Roberto e Fernando
                                                  Lucia Maas jovem acervo Helga Maas Eggert

                                        

3- Herbert  Maas 4-10-1930 + 17.09.2011Sua primeira ocupação era curtidor de couros e tinha um cortume na sua propriedade que estava situada ao lado da propriedade de seu pai em Guaramirim. Com as mudanças na economia na década de 1970, passou a empreender na área de transporte de cargas. Casou em primeiras núpcias com Edith Prüsse filha de Emilio Prüsse e Anna Pieper. Edith nasceu em 1932 em Guaramirim e faleceu em 1989 25 com 57 anos vítima de câncer. Foi sepultada no cemitério municipal de Guaramirim. Tiveram dois filhos adotivos: Alcides e Ane Lore. Edith era uma pessoa franca e direta nas suas relações. Gostava muito de crianças e tinha uma forma carismática de lidar com elas. Numa ocasião em que sua cunhada Helga teve que fazer uma cirurgia, se dispôs a cuidar da filha dela de 8 meses por um período de 15 dias. Fez isto com entusiasmo e alegria. Dizia que arranjar um bom marido era uma loteria, nem todas acertavam. Falava abertamente de sua doença nas conversas frisando a palavra câncer. Após a morte da esposa Herbert casou em segundas núpcias com. Melda Maas. Ela era uma costureira aposentada, tinha filhos do primeiro marido. Pessoa meiga de conversa fácil, gostava de falar de suas experiencias profissionais. Faleceu um ano após o esposo Herbert.

                                                            Herbert Maas jovem                                        

3- Helga  Maas Eggert nasceu  20/1/1932 em Benjamim Constant, na época que esta localidade ainda pertencia a Blumenau. Tinha 5 anos quando veio com seus pais para Guaramirim. Veio na carroça da Família Zastrow que ajudou a trazer a mudança. Relata que mesmo sem idade para frequentar a escola, com seis anos acompanhava o irmão Herbert na escola comunitária na língua alemã de Itapocuzinho chama de “Escola da Cooperativa”. Iniciou o ensino regular no Grupo Escolar Almirante Tamandaré quando este foi inaugurado em 1941. Dentro da campanha de Nacionalização do governo Getulio Vargas e do 26 governador Celso Ramos, o ensino era em português e havia total proibição para falar alemão. Teve como resultado muito sofrimento e pouco aprendizado, no relato de Helga. Casou aos dezessete anos em 20 de agosto de 1949 com Alitor Eggert da Estrada Itapocú Jaraguá do Sul.

                                                                    Helga Maas jovem

 Filhos: 

Inge; 

Astrid casou com Lourival Boehs filhos: Carlos Gabriel e Gustavo Eggert Boehs 

Renita Casou com Osni Lenzi Filhos: Angela e Sara. Angela tem dois filhos Caio e Otto Shrauth Alois Eggert cc Laurita Fischer Filho: Bruno 

Roseli casou com Hélcio Garcia do Nascimento filhos: Leticia e Ligia 

Gisela casou com Mario Steindel 

Edla Eggert casou com Efraim Golbert filhos: Sofia e Carlos


                                            Helga Maas e Alitor Eggert foto 2005 Acervo Astrid Eggert Boehs


 4- Zita  Maas Pfiffer - Nasceu em 15/12/1935 ainda em Benjamim Constant, Blumenau, vindo a Guaramirim com apenas dois anos de idade. Quando solteira trabalhava de domestica na casa de Gustavo Lemke. Ajudou sua irmã Helga nos afazeres domésticos quando nasceu o quarto filho dela :Alois. Teve um filho ainda solteira em 1956. Casou no início da década de 1960 com Alfredo Pfieffer (*15/6/1927 + 13/5/1999) e se estabeleceram como agricultores em Guaramirim na localidade Bananal do Sul. Faleceu em 28 de fevereiro de 2022 em Guaramirim e sepultado dia 1 de março no cemitério municipal desta cidade. Filhos: Rubens Maas *07.05.1956 casou com Lili Gutknecht Filhos: Ivana e Rubens Peter Maas Renato *17.07.1962 casou com Marlene Demker Filhos: Marcelo e Markeli Pfiffer Ademir *24.10.1963 casou com Marta Scheur Filho: Gustavo Pfiffer 

                                                Zita Maas Pfieffer, foto feita durante uma viagem em companhia                                                                 de sua irmã Regina.  Acervo Regina Maas Baier

5- Regina Maas Baier  nasceu em 23/3/1944. Primeiras núpcias com Renato Zuege 

 Filhos: 1- Ramonzito Züge Filhos: Jaquelina ,Janaina, Jonatan tem uma filha Sofie 2- Rosenilda apelidada de Popi Filhos: Gustavo e Guilherme . 

Segundas núpcias com Heinz Baier. Filho: Marcio Baier tem uma filha Camila Baier

                                                    Regina Maas Baier e esposo Heinz Baier

                    

 6-Egon Maas  nasceu em 3/11/1946 casou com Marita Margarida Trapp de Joinville em 1972. Ele trabalhou na cervejaria Antártica em Joinville até sua aposentadoria. Marita era professora de costura até sua aposentadoria, e mesmo após trabalhou de free lancer na área para diversas empresas. Ambos trabalham com hospedagem de turistas no litoral. Filho: Adolar Maas

                                            Casamento de Egon Maas e marita Trapp 1972. Acervo
                                            Helga Maas Eggert



                                            As irmãs regina, Zita (atraz) Helga e esposo Alitor foto de 1999
                                            Acervo Astrid Eggert Boehs










[1] JARAGUÁ DO SUL, Correio do Povo, ANO XXVI, 2 de dezembro de 1944 edicão n° 1252, 

 







 

 












 

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