segunda-feira, 16 de maio de 2022

As famílias Maass que foram para Rio do Testo/Pomerode


                        As famílias Maass que foram para Rio do Testo/Pomerode

         O nome MAASS com suas variantes Maaβ, Maass e Maas é comum na Alemanha e também aqui no Brasil entre os descendentes alemães. Nos registros de genealogia encontram-se milhares de nomes MAASS. Em registros da Igreja Luterana da Alemanha, desde 1500 até 1971 constantes no Family Search, aparecem 5.749 registros. No site My Heritage em 2021 há o registro de 612.104 arvores genealógicas grande parte nos Estados Unidos e Alasca, por se tratar de um site de língua inglesa. No site Kolberg Körlin região da Pomerânia oriental, atual território da Polonia há 2.312 registros de diversas partes desta região da Polonia. No Brasil, em Pomerode e Jaraguá do Sul nos cartórios e em túmulos aparece a variante Maahs embora sejam comprovadamente da família Maass.

     No século XIX entraram no Brasil diversas famílias com este nome, sem que houvesse um parentesco conhecido entre muitas delas. Para a região de Blumenau vieram famílias MAASS procedentes na maioria da Pomerânia, e em menor número de outras regiões da atual Alemanha. Todas as famílias registradas no Arquivo Histórico e Igreja Luterana de Blumenau com este nome são da religião luterana. No sul de Santa Catarina no município de Rio Fortuna se instalou a família de Johann Maas casado com Albertina Hilgendorf por volta de 1883 vindo da Pomerânia. Seus descendentes estão espalhados pelos municípios adjacentes. 

    Para Pomerode vieram duas famílias para as quais não sabemos se tem algum parentesco entre si. Karl Friedrich MAASS casado com WILHELMINE nascida HILGENDORF veio de Lasbeck Pomerânia e adquiriu em1868 os lotes 126b e 127 na margem esquerda de Rio do Testo.

 Outro imigrante foco deste texto, foi Johann MAASS e Anna Wilhelmine Hoge que ainda não tinham filhos quando chegaram ao Brasil. Vieram de Kniephof Pomerânia junto com outras famílias todas de localidades ao redor da cidade de Naugard/ Nowogard. Vieram com o Brigue Najade coincidentemente sob o comando do Capitão Maass com 121 passageiros que saiu de Hamburgo em 14 de maio de 1866, quando já era primavera na Europa. Chegou no Porto de São Francisco do Sul em 3 de setembro. Lá
desembarcaram 31 passageiros destinados a Joinville e depois continuou viagem para o Porto de Itajaí. Em Itajaí desembarcaram 99 passageiros e dois casais de carneiros que foram encomendados por Hermann Blumenau fundador da colônia do mesmo nome. 

    Das famílias que desembarcaram em Itajaí, 15 eram da Pomerânia mais especificamente de três localidades pertencentes a cidade de Naugard/Nowogard atual Polonia: Kniephof/ Konarzewo; Külz/Kulice e Jarchlin/Jarchilino. Estas três localidades distavam em torno de 3 km entre si e pertenciam a família de Otto Bismark que foi o chanceler da Alemanha após a unificação dos estados alemães a partir de 1870. As famílias destas localidades trabalhavam como empregados sem terra para a família Bismark ao longo dos séculos. 

     Da localidade de Külz/Kulice desembarcaram 8 famílias e 2 mulheres solteiras. Três casais tinham 40 anos ou mais e já tinham filhos adultos, adolescentes e crianças: a família Blohm, Grüzmacher, Lünke. Na família Blohm o pai tinha 40 anos vinha acompanhado de seu filho de 16 e mais três crianças de 6, 3 e 2 anos de idade. Vinha também com a noiva Maria Wegener da localidade de Wolgast/. Este caso sugere que o pai era viúvo talvez duas vezes, pela grande diferença da idade do filho mais velho e dos mais novos. A noiva está registrada duas vezes junto com a família e separadamente no final da lista como solteira na lista de passageiros do navio. Duas famílias eram de pais jovens com filhos ainda muito pequenos entre as quais J.F.W.1Radunz e Friedrich G. Hoge. O casal Hoge vinha também com os pais de Friedrich e irmãs procedentes da localidade de Kniephof. Dois casais ainda não tinham filhos: Konnel e Gutz. As mulheres solteiras eram Johanne Schwarz de 23 anos e Maria Wegener de 36 anos que acompanhava seu noivo J.F Blohm e os filhos deste, já mencionados anteriormente. 
    Da localidade de Kniephof/ KONARZEWO vieram 4 famílias sendo um deles o casal: Johann Friedrich Maas de 26 anos e Anna Wilhelmine2 Hoge de 28 anos. Junto com eles vieram os pais de Wilhelmina, C. G de 60 anos e Johanne Hoge de 56 anos e a irmã Emilie Hoge de 17 anos solteira. Importante lembrar que com esta família chegou também o irmão casado de Wilhelmina, Friedrich Hoge que vinha de Külz já citado 1 As abreviaturas constam nas listas de passageiros masculinos destes que vieram destas três localidades somente, diferente dos demais passageiros que consta o nome completo. 2O nome de Anna Wilhelmine foi uma inferência da autora, pois na lista de passageiros está somente Anna e nos registros posteriores da Igreja Luterana está Wilhelmine. Como geralmente as mulheres também tinham 2 a 3 nomes presume-se que teria sido Anna Wilhelmine.  antes. Desta mesma aldeia veio também a família de CFG Reinke com dois filhos menores, e a família de FW Heise com tres  filhos menores. 

Três famílias vieram Jarchlin/ Jarchilino sendo duas com filhos já adultos a família de C.A.F Sievers e a de Friedrich Carl Bamthien. Veio ainda um jovem solteiro A.W. E. Hornburg. 

    Todas estas famílias compraram lotes na colonização do Rio do Testo/Pomerode, passaram a conviver juntos sendo que filhos e netos destes imigrantes casaram entre si como Maas e Radunz, Maas e Konnel. 






                Igreja luterana na vila de Kulice/ Külz no Kreis de Naugard na antiga Pomerânia. 
                Acervo Michel Gustmann

 A FAMÍLIA DE JOHANN MAAS E ANNA WILHELMINA HOGE EM POMERODE 

     Ao desembarcar do navio foram para Blumenau sendo que mulheres e crianças permaneceram no alojamento de imigrantes e os homens foram comprar e tomar posse das terras. Johann Maass adquiriu os lotes 95,96 e 97. Possivelmente comprou as terras antes desta data, recebendo os registros oficialmente em 1868. Assim é possível delinear a trajetória deste casal de acordo com os registros de nascimento e confirmação dos filhos, e pela trajetória conhecida de outras famílias que vieram no mesmo navio como a família Hoge

Johann Maas * 1840 Kniephof Anna Wilhelmine Hoge *1838 Kniephof 
Filhos: 
1.Julius /Júlio  nasceu em  8-9-1869 e confirmado em 06.04.1884 na igreja luterana de Badenfurt. Casamento civil na comarca de Blumenau em 01.06. 1891 com Bertha Carolina Radunz filha de Guilherme Radunz e Joahnna Lümke. Testemunha: o pai Johann Maas. Residiam no Ribeirão Areias. Filho: Friedrich Maas *14.11.1893. Em 23.06.1915 casou com Albertina Erdmann. Friedrich faleceu 16.04.1956 e Albertina em 28.07. 1973. Deixaram as seguintes filhas: Edith, Otilia,Edla e Asterchen.

 2. Hermann Karl Wilhelm  nasceu em 15.10.1871 faleceu 24.01.1910. Casamento civil em 13-11- 1891 aos vinte anos com Caroline Emilie Augustine Radunz de 17 anos filha de Guilherme Radunz e Joanna Lümke . Hermann faleceu aos 49 anos a viúva casou em segundas núpcias com Karl Behling. Caroline EMILIE Augustine nasceu em 1874, casou em primeiras núpcias com HERMANN Karl Wilhelm Maass e em segunda com KARL Behling. É filha do imigrante Wilhelm Radünz. 


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                                               Caroline EMILIE Augustine Radunz. Acervo Genemir Radunz

Do casamento com Hermann Karl Wilhelm nasceram os filhos 
 2.1 Hedwig 
2.2 Alois 
2.3 Augusto *1.04.1893 +22.11.1970 casou com Ida Reinke *30.04.1899 +12.09.1982 
         2.3.1 Alfred *14.01.1916 casou com Irma Hackbarth
         2.3.2 Alex 2.3.3 Selly casou com Alex Radunz 
        2.3.4 Hertha 2.3.5 Hary
 2.4 Emilio casou Paulina tendo os filhos:Ewaldo e Hari 5 
2.5 Ernesto
 2.6 Otto 
2.7 Wilhelm/Guilherme
 2.8 Johann/João era professor em várias escolas de Pomerode 
2.9 Henrique casou com Elizabeth Filho: Wigand*19.2.1909 +02.04.1972 deixou os filhos: Wigand, Elzira e Amélia. 
2.10 Luiz + faleceu em 05.02.1971 com 63 anos casado com Olga Steinert residiam em Rega Alta. Filhos: Wanda, Erica e Heinz

 3 Hedwig nasceu em 04.08.1873. sem dados posteriores sobre casamento e filhos

 4.Albert nasceu em 02.4.1875 em Testo Alto/Pomerode. Casamento civil em 28.07.1896 com Wilhelmina ( Minna) Franz 3 filha de Wilhelm Franz e Wilhelmine Zager ( registrada como Anna Tribess). As testemunhas foram o irmão do noivo Hermann Maas e o meio irmão da noiva Helmuth Franz.Wilhelmina dita Minna nasceu em 09.01.1874 tinha 22 anos quando casou. 

 Albert faleceu em 5/4/1939 e foi sepultado no Cemitério Luterano Testo Central Alto de Pomerode na Rua Wanda Volkmann, lateral da Rua dos Atiradores. Este cemitério pertence a Comunidade Luterana Martin Luther de Pomerode. No túmulo a inscrição: Guter Vater ruh in Frieden. Schlummer sanft ungekämpf  bis der Herr dich ruft. Ruhe  Sanft. Tradução: Bom pai descanse em paz. Sono suave até que o Senhor o chame. Descanse em paz.


Lápide do túmulo de Albert Maass no Cemiterio Luterano  Testo Central  Alto  Martin Luther. Foto Bilion Graveshttps://pt.billiongraves.international/grave/Albert-Maahs/24729882.Em janeiro de 2022 constatou-se que o túmulo estava destruído.           

            Minna sobreviveu ao esposo durante mais 19 anos falecendo  em 29/1/ 1958 com a idade de 84 anos. Como após a morte do esposo foi morar com o filho Arthur, está sepultada no cemitério antigo de Rio do Testo Alto. No túmulo a inscrição: Gutte Mutter Schlaf wohl. Ruhe sanf gute nacht. Es ist volbracht. Tradução: Boa mãe durma bem. Descanso suave boa noite, está consumado. 


Túmulo de Minna  Maass nascida Franz.  Cemitério Luterano /Imigrantes no bairro Alto Rio do Testo.Foto Bilion Graves https://pt.billiongraves.international/grave/Minna-Franz-Maass/24394738 Túmulo em janeiro de 2022 continua conservado bem como o cemitério

Filhos de Albert Maas  e Wilhelmina (Minna) Franz 

1- IDA. Nasceu em 12.08.1898 em Pomerode, casou com Augusto Dräger de Pomerode.  Migraram primeiramente para o distrito de Nereu Ramos (Retorcida) depois foram para o bairro Três Rios do Sul também em Jaraguá do Sul. A família de Alwin foi no casamento do filho Vitor, foi uma festa grande onde estavam os familiares MAAS. O filho Erwino ficou solteiro, e ia muitas vezes à Guaramirim de bicicleta visitar seu tio Alwin. Ida faleceu em 29.10.1971 às 18 hs de Insuficiência Cardíaca aos 73 anos. Deixou os seguintes filhos: Henrique, Erwino, Vitor, Cilli e Frida.

2 –Emil / Emílio. Nasceu em   01.07.1900 e faleceu em 24.11.1977 às 5:30 da manhã.  Casamento civil em Jaraguá do Sul   05.04.1930 com Emma Stolberg * 8.06.1908, Erwin Spieder e Arthur Maas foram as testemunhas. Moravam na denominada Sohnstiefer uma servidão lateral da estrada principal de Rio da Luz. Era lavrador, religião luterana como os demais da família. Foi sepultado no cemitério de Ribeirão Grande   da Luz.


             Túmulo de Emilio Maass com a grafia MAHS no Cemitério de Ribeirão Grande da Luz

 

 Filhos: Herbert e Elizabeth.

O filho Herbert teve 4 filhas, sendo que a esposa faleceu no último parto. Ele então criou as filhas sozinho. 

3 – Alwin. Nasceu em 24.07.1902 e faleceu em 9.10.1967 casou com Lina Fischer cuja família tinha raízes em Pomerode. 

4- Berta. Nasceu em 17.11.1904 e faleceu em 29.12.1988. Casou com Francisco Hornburg nascido em 13.12.1902, e falecido em 25/9/1982. Viveram em Pomerode no Alto Rio do Testo. Estão sepultados no Cemitério novo do Alto Rio de Testo atual Rota de Enxaimel. Filhos: Bruno, Wally e Paulina

5 – Augusta. Nasceu em 18.5.1907   e faleceu   em   16.11.1983. Casou com Bertold Hornburg nascido em 19.7.1901 e falecido em 2.7.1983. Permaneceram em Pomerode   e foram sepultados no Cemitério novo de Alto Rio do Testo, rota de enxaimel, em Pomerode. Na lápide de Augusta consta: “In deine Hände befehle ich meinem Geist, du hast mich erlöst, Herr du treuer Got.”  Em tuas mãos coloco minha alma, você me resgatou Senhor Deus.

Filho de Augusta: 1. Egon, 2. Elly casou com Hubert Krüger, 3. Erna nascida em 20.06.1940   casou com Herbert Utbartel. A filha Elly ainda manteve nos anos recentes muitos contatos com integrantes da família de Alwin Maass, pelo fato de possuir uma casa de veraneio no Balneário de Penha. Os descendentes de Alwin relatam sobre seu aniversário de 80 anos que foi festejado neste balneário com a presença de muitos descendentes oriundos do casal Albert e Minna.

6-Arthur. Nasceu em 12.8.1909 e faleceu em 21.9.1990 casou com  Lina Hornburg nascida em 11.6.1909 e faleceu em  2.8.1956 sepultada no cemitério velho  de Alto Rio do Testo. Tinha apenas 45 anos de idade. Seu túmulo está ao lado de sua sogra Minna Franz. Na lápide consta a frase: Du liebes Mutterherz.Wie gross ist doch unser schmerz.Es ist so still bei uns und lehr.Es felt die Mutter uns gar sehr. Ruhe sanft nach machen schmerz du lieber Mutterherz. Querido coração de mãe, quão grande é nossa dor, está tão vazio e quieto, está faltando a mãe. Descanse em paz coração de mãe. O casal permaneceu em Pomerode residiam no Alto Rio do Testo sendo que seus descendentes ainda residem nesta região. Ele está sepultado no cemitério novo da Rota de Enxaimel, Pomerode.

Filhos:

6.1-Gerad casou com Raulina. Filhos:  Analina e Dolores que casou com Fritz Kamke e tiveram os filhos: Jefferson Arthur, Maira e João Fritz.

6.2-Natália casou Borchardt Filhos: Rosita e Lauro. 

6.3- Renata casada com João Cardoso. 

7-Reinoldo nasceu em 1913. Casou em primeiras núpcias com Edi Bahr  que faleceu prematuramente. Casou então em segundas núpcias com a viúva Blank de Blumenau. Quem o conheceu relata que Reinold era uma pessoa muito alegre e tinha cabelos negros e fama de homem bonito entre os parentes que o conheceram. Depois do segundo casamento foi residir em Blumenau e quando faleceu foi   sepultado no cemitério luterano do Bairro Fortaleza. Filhos: Raulina e Norberto.

8 – Hugo   nasceu em 08.04. 1916. Casou com Fride Piske e foi residir em Rio da Luz I Jaraguá do Sul onde tinha uma grande propriedade agricola. Quem o conheceu relata que ele era muto semelhante a seu irmão Alwin, magro e loiro. Hugo foi o padrinho de Egon Maas filho mais novo de Alwin.  Faleceu em 10.3.1976 com 59 anos de enfarte de miocárdio. Teve duas filhas: Elly e Elvira.

 


                                                        

                                                            Hugo Maas e Fride Piske

                                HISTÓRIA DE ALWIN MAAS 

Alwin nascido 24/7/1902 em Pomerode, consta no registro do casamento civil que residia na localidade de Ribeirão Rega/ Tifa dos Canudos, Rio do Testo/Pomerode. Casou em 11.02.1929 com Lina Maas filha de Carl Fischer e da já falecida Auguste Achtenberg da localidade de Benjamim Constant. A família Fischer também era originária de Pomerode e tinha migrado para esta localidade. As testemunhas do casamento civil foram Gustav Kylcköfel e Walter Ribock. Walter Ribock já tinha sido   testemunha do casamento de Erwin Fischer e a família Kylcköfel era  vizinha da propriedade da família Fischer.  Não se sabe se Alwin já tinha migrado para Benjamim Constant antes do casamento ou se isto ocorreu após o casamento.  Importante constar que nenhum dos irmãos de Alwin constam como testemunhas do casamento civil que se realizou em Blumenau.

Após casar, Alwin e Lina residiram primeiramente em Benjamim Constant onde nasceram os filhos Lucia em 1929, Herbert 1930, Helga 1932 e  Zita 1935. A principal plantação era arroz na técnica de alagamento de terreno. Relatos da filha Helga, referem que Alwin tinha saúde frágil e não se adaptava com este tipo de plantação pois pelo fato de estar em contato com a água do terreno tinha afecções respiratórias frequentes.

Aproximadamente após 1935, algumas famílias de Benjamim Constant, começaram a buscar lugares mais perto de cidades onde pudessem escoar melhor os produtos agrícolas. Entre estas, estava  o chefe da família Zastrow que decidiu  prospectar a região de Guaramirim e Jaraguá do Sul. O Sr. Zastrow voltou entusiasmado com a compra de um terreno em Jaraguá do Sul no local chamado Estrada Itapocú próximo a Guaramirim. Espalhou seu entusiasmo para   os vizinhos e assim Alwin também foi a procura de terras, comprando um terreno na então Bananal atual Guaramirim e na localidade de Itapocuzinho, não muito longe do terreno da família Zastrow.

Naquele tempo Bananal era um distrito que pertencia a Joinville e a localidade de Benjamim Constant era um distrito de Blumenau. Em 1937, Getúlio Vargas decretou o estado Novo instituindo a ditadura. Nereu Ramos que era o governador tornou-se  o interventor do estado de Santa Catarina. Logo em 1939 iria começar a segunda guerra e começaria a perseguição aos descendentes de alemães com a campanha da nacionalização. No entanto o Jornal Correio do Povo de Jaraguá do Sul do dia 13 de novembro de 1937 anuncia na sua primeira página: A nação integrada em suas aspirações democráticas toma novos e seguros rumos. Novos rumos que iriam causar muitos sofrimentos a população local com a perseguição ao movimento integralista e depois aos descendentes de alemães com fechamento dos clubes, escolas e proibição da língua alemã. 

Alwin e sua família migraram para o Bananal naquele ano de 1937. A família Zastrow foi de grande ajuda para fazer a viagem. Foi uma mudança com as crianças ainda pequenas, Zita tinha apenas dois anos, Helga 5, Herbert 7, Lucia 8 e o filho de Lina, Raulino já tinha 10 anos de idade. Helga relata que veio sentada no meio da mudança na carroça do Sr. Zastrow.

Lá em Bananal, que em 1949 viria a ser o município de Guaramirim, permaneceram durante muitos anos e onde nasceram os filhos Regina em 1944 e Egon em 1946. Logo depois, não se sabe a data, o pai, madrasta e irmãos de Lina também migraram para Jaraguá do Sul na Estrada Itapocú muito próximo da família Zastrow e de Alwin.

Alwin e família, se estabeleceram na localidade de Itapocuzinho, muito próximo onde os primeiros imigrantes luteranos ergueram a escola que funcionava também como local de cultos. Mais tarde ali bem próximo foi erguida a igreja luterana. O terreno se situava em uma servidão  onde atualmente está uma instituição de ensino superior sendo que o  bairro atualmente é denominado de Imigrantes. A propriedade se estendia desde as margens do Rio Itapocuzinho até uma parte do morro. A servidão vinha da estrada principal   atravessava a propriedade entre a parte plana e alta do terreno. Havia um pequeno caminho com um pontilhão sobre minúsculo curso de água que ligava a servidão ao pasto em frente da casa.

A casa era de madeira, pintada de cor amarela com uma varanda. Depois da varanda no lado esquerdo estava situada a sala de visitas e em seguida a cozinha. No lado direito estava o quarto de dormir. Havia um sótão onde as crianças   maiores dormiam.  Este era um modelo de casa popular da época.  Estava situada na primeira elevação do terreno no meio de um grande pasto que se estendia até o morro íngreme. Tinha um jardim frontal com flores e um gramado que servia para alvejar as roupas sem que as galinhas e o gado tivessem acesso. Havia grandes pés de laranjas no lado direito que proporcionavam sombras para a casa, onde ficava também o tanque de lavação das roupas e o varal.  Nos fundos ficavam os ranchos: galinheiro, chiqueiro e estrebaria, o pasto e o morro. Portanto era um terreno onde havia bastante pasto, mas a parte plana própria para a lavoura era sujeita a enchentes, no outro lado da servidão.

A casa nunca teve energia elétrica, tinham lampiões alimentados por querosene, para isto compravam latas grandes, que depois de vazias eram limpas e utilizadas para outros fins. Os vizinhos já tinham luz elétrica, mas Alwin era contra modernidades achava isto desnecessário. Quando mais tarde foram morar em Joinville a casa também não tinha energia elétrica, só quando foram residir   no bairro da Vila Nova desfrutaram deste conforto porque lá já  estava instalado  este recurso.

O vizinho mais próximo no lado esquerdo era a família de Luiz Balisteri, de origem italiana e fervorosamente católica que tinha muitos filhos sendo que alguns foram estudar para padre em seminários. Residiam em uma grande casa de alvenaria, do lado oposto da servidão numa pequena elevação, com o terreno que se estendia desde as margens do Rio Itapocuzinho até o morro. Nas enchentes, a casa também ficava totalmente ilhada. A família era bem situada economicamente tinha muitas vacas, porcos e extensas plantações. Liria era a menina da família companheira de Regina da família Maas. O vizinho do lado direito era família Batista, uma família de origem lusa e católica. Mais tarde eles venderam o terreno para a família Dallman.

Os filhos mais velhos Raulino, Herbert e Lucia frequentaram primeiramente a escola comunitária denominada escola da cooperativa ou Escola de Itapocuzinho que era paga pelos próprios moradores. Era uma escola fundada pelos imigrantes alemães já em 1893 e que inicialmente funcionava aos domingos como igreja luterana.

Em 21 de abril de 1941 foi inaugurado o Grupo Escolar Almirante Tamandaré, na época foram matriculados 297 alunos distribuídos em 8 turmas. A data da inauguração foi em homenagem ao aniversário do ditador Getúlio Vargas. Nesta data,  outras escolas foram inauguradas na região e faziam parte do processo de nacionalização patrocinada pelo governo federal e executada pelo interventor estadual Nereu Ramos. Estas escolas vinham substituir as escolas comunitárias fundadas pelos imigrantes e fechadas compulsoriamente. Esta nova escola foi frequentada por Helga, Zita, Regina e Egon.  Cursaram o que na época se denominava ensino primário que tinha a duração de 3 a 4 anos. Regina relata que entrou em 1952 no 1° ano e completou o 5°ano, mas não pode seguir adiante pois era costume vedar o estudo para as mulheres. Refere que na época final da década de 1950 já havia ali o ensino secundário.  Explicou que nas sextas feiras as 11 horas da manhã era ministrado o ensino religioso, para os luteranos no qual o professor era o pastor. Para isto, havia a separação da turma, os católicos iam para a sala do padre e os luteranos para a sala do pastor. Neste processo ocorriam rivalidades entre as crianças, Regina lembra que logo no primeiro ano, quando se dirigia para a sala do ensino protestante uma colega católica lhe disse: você vai para o inferno. Frase que ficou como uma triste lembrança.

Como o tamanho e condições do terreno de Alwin não permitia aos filhos darem continuidade com as atividades agrícolas, os filhos mais velhos Raulino e Herbert foram procurar outras formas de sustento na adolescência. Raulino foi se empregar como aprendiz de mecânico, segundo Helga   em Itapocuzinho atual Bairro de João Pessoa. Depois foi trabalhar na empresa metal mecânica Kolbach no centro de Jaraguá de acordo com sua irmã Regina. Se deslocava a Jaraguá de bicicleta.  Depois foi para Blumenau trabalhar na empresa têxtil Garcia, na função de torneiro mecânico. Lá casou, constituiu família e permaneceu até sua morte.

Já Herbert em 1946, com 16 anos foi trabalhar no cortume de Willi Lemke de Guaramirim. Na época, os principais funcionários eram ele e seu futuro cunhado Fritz Prüsse. Após a saída de Fritz que fez seu próprio cortume, primeiramente Herbert foi trabalhar com ele e seu antigo patrão continuou trabalhando sozinho. Como trabalhar com Fritz Prüsse não deu certo, seu antigo patrão convidou Herbert para voltar a a trabalhar com ele e em seguida o convidou para comprar o seu cortume.  Como Herbert não tinha condições de sozinho fazer esta compra, pediu a ajuda de seu tio Ricardo Fischer que estava querendo sair de Benjamim Constant a ajudá-lo nesta empreitada. Assim Ricardo Fischer vendeu seu terreno em Benjamim Constant, comprou um terreno na Estrada Itapocú em Jaraguá do Sul próximo da divisa de Guaramirim e entrou em sociedade com seu sobrinho comprando o cortume. Trabalharam juntos durante alguns anos, mas a relação entre os sócios foi-se deteriorando. Como o cortume estava dando lucro, Herbert comprou a parte de Ricardo. Inicialmente Herbert e Ricardo trabalharam duro, buscavam os couros em locais distantes como Campinha, Benjamim Constant, Massaranduba de carroça. Mais tarde já com os progressos compraram uma caminhonete dos modelos antigos para depois comprar uma de modelo mais novo. O cortume estava situado nos fundos do terreno herdado por sua esposa Edith Prüsse. Este terreno ficava próximo do terreno de Alwin.

Com os filhos mais velhos já fora da lavoura, mas ainda morando em casa,  Lucia  foi trabalhar  na cidade de São Bento do Sul norte do estado de Santa Catarina como doméstica.  Helga a segunda filha mais velha permaneceu em casa e era a principal ajudante do pai na lavoura. Helga foi a primeira  a casar, isto aconteceu em 1949 quando tinha 17 anos. Na época, Regina tinha apenas 5 anos, Zita 14 e Egon apenas 3 anos. Assim a década de 1950 se inicia com uma filha casada, e três dos filhos mais velhos Raulino, Herbert e Lucia buscando seu sustento fora da lavoura, e os filhos menores Regina e Egon iniciando as atividades escolares.  Raulino e Herbert se casaram com uma semana de diferença no início da década de 1950. O casamento de Raulino foi em Blumenau sem a presença dos pais que não foram convidados, apenas Lucia e Zita foram ao casamento, mesmo sem um convite formal. Uma semana depois os recém-casados atenderam ao convite do casamento de Herbert. Quando os recém casados chegaram, Lina externou em palavras toda sua mágoa por não ter sido convidada para o casamento.

O casamento de Herbert se realizou na ampla casa da família Kohn que ficava perto do cemitério municipal na rua 28 de agosto em Guaramirim, já que as famílias dos noivos não dispunham de local apropriado. Foi uma festa grande com a presença dos familiares de ambas as partes.

Lucia casou mais tarde em 1957 quando já completava 28 anos e Zita no início da década de 1960 sendo que Regina foi sua testemunha. Permaneceram em casa apenas Regina e Egon os mais novos e solteiros.  Regina ajudava as irmãs Lucia, Helga quando iam nascendo os sobrinhos. Zita Também fez este papel no nascimento do quarto filho de Helga, Alois.

A rotina da casa de Alwin e Lina relatada por Regina, era semelhante a vida dos agricultores da região. Nas segundas feiras as mulheres lavavam a roupa o que incluía a roupa de cama branca. Tudo era lavado a mão esfregando as peças na tábua de lavar. A roupa escura era logo pendurada no varal, enquanto a branca era estendida para alvejar no pastinho do jardim até a manhã seguinte. Durante o dia se utilizava um regador para molhar as peças pois elas não deveriam secar. Caso isto acontecesse a roupa poderia ficar manchada. Na manhã de terça feira, as peças eram recolhidas e enxaguadas e então penduradas ao sol. Segundo Regina, a roupa ficava totalmente branca seguindo este processo. Depois de tudo seco era a hora de passar as roupas. Como não havia luz elétrica, a tarefa era feita com o ferro contendo brasas. Eram brasas especiais feitas com sabugos de milho. Mais tarde compravam pedaços de carvão o que tornava a tarefa mais fácil. O ferro tinha que estar criteriosamente limpo, para não manchar a roupa. Regina lembra que Herbert usava calças de linho claras para ir namorar. Então Zita tinha que passar estas calças com todo cuidado. Como o linho amassava facilmente, na hora de vestir ele subia em uma cadeira e Zita ajudava a vesti-lo para não desmanchar o vinco da calça.

Durante a semana, a rotina se dava entre o trabalho doméstico e a roça. Aos sábados de manhã a tarefa era buscar o “trato” para os animais, fazer pão e cuca além do almoço. Depois as mulheres limpavam a casa e o pátio ao redor. A limpeza da casa consistia em, depois do almoço esfregar todos os talheres e panelas com cinza até brilharem novamente. A chapa do fogão a lenha era esfregada igualmente com a cinza, bem como todo o assoalho da casa principalmente o da cozinha geralmente o mais sujo. Jogava-se as cinzas depois se aspergia um pouco de água e usava-se uma escova de cerdas duras para escovar. No final da tarde, matava-se um pato ou um marreco para o assado de domingo. Os domingos eram reservados para ir ao culto na igreja que   ficava próxima na rua principal além de fazer almoço. Domingos a tarde, fazia-se visitas aos parentes ou recebiam visitas. Estas visitas não eram anunciadas previamente exceto quando havia aniversários a comemorar.

Alwin e Lina mantinham contato frequente com suas famílias de origem. Lina tinha seu pai, madrasta e irmão residindo 2 km de distância de sua casa. Alwin mesmo com seus irmão e irmãs residindo em Pomerode e Rio da Luz recebia visitas e visitava os irmãos. As irmãs Augusta e Berta casadas com os irmãos Hornburg tinham um caminhão com toldo na carroceria, e quando resolviam ir a Guaramirim, faziam uma lotação das duas irmãs, maridos e filhos mais o irmão Arthur com sua família e iam todos passar o domingo com o irmão. Para Rio da Luz ou para visitar a irmã Ida em Nereu Ramos e depois em Três Rios do Sul, Alwin com Lina e seus dois filhos menores Regina e Egon faziam o trajeto de carroça. Os padrinhos e madrinhas das crianças eram invariavelmente os tios de ambos os lados: assim Hugo irmão mais novo de Alwin era o padrinho de Egon, Reinoldo que morava em Blumenau era o padrinho de Regina. Por ocasião da morte da mãe de Alwin em 1958, um vizinho veio a Jaraguá do Sul e Guaramirim avisar sobre a morte para os filhos Hugo, Emilio e Alwin, assim eles puderam ir no sepultamento.

A família de Alwin frequentava a igreja luterana que na época ainda estava situada bem próximo da casa numa pequena elevação e com uma linha de túmulos na frente. Mais tarde ela foi destruída e o terreno vendido quando foi construída uma nova igreja no centro de Guaramirim onde se encontra até os dias atuais, 2022.

Igreja luterana de Guaramirim cuja fundação ocorreu em 1893 e  estava situada no atual Bairro dos imigrantes

Plantava-se um pouco de tudo, bananas, milho para alimentar as aves e porcos, tinham vacas para produção de leite que era vendida para a empresa Grubba, durante um tempo também foi vendida para a empresa Costa de João Pessoa. Esta empresa comprava o leite e vendia seus produtos para os colonos, antes das épocas de festas fazia um levantamento da quantidade de carne bovina que os agricultores queriam comprar. Era a única época que compravam carne bovina. Durante o ano, a carne era de porco e aves. Regina lembra que a cada um ou dois meses matavam um porco cuja carne era armazenada de diferentes formas no sal ou defumada para o consumo diário e a fabricação de linguiças e morcilha.

Plantavam araruta em grande quantidade que era transportada com carroça para a Fecularia em Rio Molha de Adolfo Emmendoerfer. Geralmente Regina ia junto com o pai que na volta passava em uma padaria e comprava pão de trigo. Para quem durante a semana normalmente comia pão de milho, o pão de trigo era iguaria especial. Na ocasião da entrega da araruta Alwin comprava sagú e polvilho de araruta e de aipim que era utilizada na fabricação de biscoitos.

Quanto aos alimentos Regina refere que durante muito tempo o pão era feito de fubá e cará. Mais tarde quando Alvin vendia bananas ele tinha dinheiro para comprar um saco grande de trigo, possibilitando fazer pão de mistura nos finais de semana. O fubá era produto do milho que plantavam e levavam para ser moído nos moinhos do Hardt mais tarde  no genro da família Friedemann. Para colocar no pão, um produto que nunca faltava era melado, produto da cana que era levada para a família Kohn que o fabricava. Também faziam “muss” de laranja e tangerina, frutas que eles tinham em abundância. Também sempre havia banha quardada nos potes de barro.

Nas festas havia comida especial e em abundância. Regina lembra que faziam 3 latas grandes de biscoitos pintados por ocasião do Natal. Também na Pascoa faziam os ovos coloridos recheados de amendoim. O amendoim era da própria plantação. Depois de torrado era retirada a casca e triturado grosseiramente. Depois era acrescentado açúcar e mais uma vez torrado na frigideira. Esperava-se esfriar e em seguida era colocados dentro das cascas de ovos previamente pintadas. Referem que quando crianças a cesta dos ovos eram escondidos e as crianças procuravam no domingo de manhã.

As enchentes   assombravam a vida da família. Para a filha Helga, o acontecimento mais traumático foi a enchente de novembro de 1944 quando ela tinha 12 anos. Apesar da casa estar em uma elevação, seu pai ficou com medo das águas e foi instalar  a família de forma improvisada no pasto no alto do morro.  Para isto Alwin pegou folhas de Zinco e madeiras, e provavelmente com a ajuda de seus filhos mais velhos Raulino e Herbert, contruiu uma espécie de cabana. A família saiu de casa de canoa pois a casa já estava ilhada. Na época Regina a segunda filha mais nova tinha apenas 8 meses de idade. Apesar de tudo, a casa não foi atingida pelas águas.  Esta enchente matou pessoas e animais. No jornal o Correio do Povo de Jaraguá do Sul[1], as notícias sobre a enchente foram: Depois de longa estiagem durante o ano, os dias que antecederam aquele funesto domingo de 26 de novembro, caracterizaram-se por uma chuva torrencial e incessante. E assim desde a noite do sábado, começaram a se concretizar os maus presságios de uma enchente de grandes proporções. No domingo em Jaraguá as 13 horas da tarde o rio estava 7 metros acima de seu curso normal. O que resultou em prejuízos de mais de 300. 000,00 de cruzeiros; casas debaixo da água, plantações destruídas, pontes e estradas levadas pela cheia. Em Guaramirim os trilhos da estrada de ferro foram arrancados impedindo o tráfego ferroviário para São Francisco do Sul por uma semana, na data da reportagem 2  de  dezembro o trânsito ainda não havia se restabelecido. A reportagem enfatiza que foi  a maior cheia desde 1906 faltando pouco para se igualar à aquela. Ainda em Guaramirim pela situação geográfica as casas e o comercio no centro da cidade bem como a estação ferroviária foram inundadas pelas águas.

De acordo com a filha Regina, no início da década de 1960 houve outra enchente muito grande, com ameaça de rompimento da Barragem do Rio Bracinho. Por precaução Lina, Alwin Egon e Regina se refugiaram no mezanino do cortume do filho Herbert. Nesta enchente novamente toda a plantação foi perdida.

 Alwin era inquieto e não era uma pessoa conformada. Após residir neste local por quase 20 anos resolveu vender suas terras em uma época que seus filhos já eram todos adultos e dois ainda solteiros. A principal razão eram as enchentes que alagavam a parte plana do terreno perto do rio. Tendo havido enchentes por dois a três anos consecutivos, Alwin desanimou e vendeu toda a propriedade para uma família de origem italiana. Primeiro pensou em migrar para o Paraná, pois havia nesta época a febre da migração para este estado, mas a esposa Lina não concordou. Transferiu-se então para a localidade de Estrada Blumenau   em Joinville. Lá adquiriu uma bela propriedade as margens de um ribeirão, que passva do lado da casa que era de madeira. Era uma casa ampla e confortável, mas sem energia elétrica. Mas ficaram neste lugar apenas 4 anos. Vendeu novamente esta propriedade para uma família de origem italiana e adquiriu outra no Bairro da Vila Nova também em Joinville. A casa de alvenaria era ampla, próxima de comércios, igreja e bastante próxima da cidade.

            Mas neste período Alwin lutava com sintomas digestivos mais tarde constados por uma cirurgia que era um câncer de estômago em fase adiantada, falecendo em 1967 com apenas 65 anos. Por ocasião de seu enterro os irmãos de Pomerode e Jaraguá compareceram para  última homenagem.

Lina ainda viveu durante muitos anos na sua casa aos cuidados de sua filha Regina e de seu filho Egon. Faleceu com 87 anos, sendo que   ela e o esposo   Alwin estão sepultados no cemitério da localidade Estrada Blumenau em Joinville.

Casa que pertencia ao casal Alwin Maas e Lina Fischer na localidade de Benjamim Constant, Massaranduba. Os últimos moradores da casa eram poloneses, as paredes internas tem pinturas pintadas a mão.  Na foto de   óculos escuros Helga  Maas Eggert  nascida nesta casa. Alitor Eggert o esposo e a filha Astrid autora deste escrito. Foto 2005. Acervo Astrid Eggert Boehs

litor Eggert e Helga Maas Eggert na parte posterior lateral da Igreja evangélica de Benjamim Constant atrás está situado o cemitério onde estão sepultados filhas e filhos de Carl Fischer. Foto 2005. Acervo Astrid Eggert Boehs

                                        Túmulo de Alwin Maas no   Cemitério da Comunidade Estrada Blumenau                                             Km 11 em Joinville.


                                            Última moradia de Alwin e Lina em Joinville foto 2021

                                                Da E. p/D Egon, Raulino, Lina, Zita e Herbert. Atraz Helga e Regina.

                                    

                                                

Dados genealógicos

 Alwin nasceu em 24/7/1902 e faleceu em 9/10/1967 casou com Lina Fischer nascida em 1906 e faleceu em 13/5/1993 

 1-Raulino Fischer nascido em 29/11/1927. Faleceu em 24.04.2013. Filho de Lina e pai não revelado oficialmente. Casou-se com Ilse Becker de Blumenau. Ela era filha de uma família luterana bastante ativa na igreja. Ele era torneiro mecânico trabalhou primeiramente em Jaraguá do Sul e depois foi para Blumenau onde trabalhou na Empresa Garcia. Teve os seguintes filhos: Carmelita, Rolf, Carin, Wolfgang e Edward 


Raulino Fischer 

2-Lúcia  Maas dos Mártyres - nascida em 2/10/ 1929 em Benjamim Constant, faleceu em 19/9/2004 e foi sepultada no Cemitério São Francisco de Paula, mais conhecido como Cemitério Municipal, localizado à Praça Padre Souto Maior, s/n.º, bairro São Francisco de Curitiba no Mausuléu da família Martyres. Apesar de constar nos registros do cemitério, que ela está sepultada neste lugar, não há menção de seu nome. Lucia foi trabalhar primeiramente na cidade de São Bento. Consta que trabalhava em casa de um político que tinha várias domésticas. Lucia era cozinheira e responsável pelas roupas da família. Mais tarde foi trabalhar em Curitiba, lá conheceu o português Adelmar dos Mártyres (*1928 + 14.05.2019 Curitiba) com quem se casou. O casamento foi em Guaramirim em 10 de julho de 1957 quando Lucia já tinha 28 anos. O casamento foi apenas no registro civil, não casaram religiosamente. Adelmar era ligado ao chamado Jogo do bicho, nesta época tinham uma boa situação financeira. Quando em 1961 assumiu o governo de Janio Quadros que proibiu este jogo, a família entrou em decadência financeira. A partir daí Adelmar proprietário de uma loja de concertos de relógios, segundo relatos na Rua Saldanha  Marinho. Lucia para não depender das instabilidades financeiras do esposo, começou a vender produtos como os da marca Avon o que lhe garantia uma renda própria. Esta atividade lhe rendeu dinheiro com o qual comprou lote e casa no Bairro Jardim Paulista bem em frente ao Hospital Angelina Caron. Este  local atualmente integra outro município na região metropolitana de Curitiba, próximo da Br 116 para São Paulo. Depois disto com muitas economias, comprou outros lotes perto de sua casa. Já mais idosa e separada do esposo vendeu estes lotes e comprou terreno e casa numa praia. Lucia após um câncer curado, faleceu de um ataque cardíaco fulminante. Lucia era uma pessoa positiva e divertida, tinha muitos animais de estimação tanto cachorros como gatos. Apesar de mais distante da família, cultivava relações com suas irmãs. Filhos: Roberto e Fernando
                                                  Lucia Maas jovem acervo Helga Maas Eggert

                                        

3- Herbert  Maas 4-10-1930 + 17.09.2011Sua primeira ocupação era curtidor de couros e tinha um cortume na sua propriedade que estava situada ao lado da propriedade de seu pai em Guaramirim. Com as mudanças na economia na década de 1970, passou a empreender na área de transporte de cargas. Casou em primeiras núpcias com Edith Prüsse filha de Emilio Prüsse e Anna Pieper. Edith nasceu em 1932 em Guaramirim e faleceu em 1989 25 com 57 anos vítima de câncer. Foi sepultada no cemitério municipal de Guaramirim. Tiveram dois filhos adotivos: Alcides e Ane Lore. Edith era uma pessoa franca e direta nas suas relações. Gostava muito de crianças e tinha uma forma carismática de lidar com elas. Numa ocasião em que sua cunhada Helga teve que fazer uma cirurgia, se dispôs a cuidar da filha dela de 8 meses por um período de 15 dias. Fez isto com entusiasmo e alegria. Dizia que arranjar um bom marido era uma loteria, nem todas acertavam. Falava abertamente de sua doença nas conversas frisando a palavra câncer. Após a morte da esposa Herbert casou em segundas núpcias com. Melda Maas. Ela era uma costureira aposentada, tinha filhos do primeiro marido. Pessoa meiga de conversa fácil, gostava de falar de suas experiencias profissionais. Faleceu um ano após o esposo Herbert.

                                                            Herbert Maas jovem                                        

3- Helga  Maas Eggert nasceu  20/1/1932 em Benjamim Constant, na época que esta localidade ainda pertencia a Blumenau. Tinha 5 anos quando veio com seus pais para Guaramirim. Veio na carroça da Família Zastrow que ajudou a trazer a mudança. Relata que mesmo sem idade para frequentar a escola, com seis anos acompanhava o irmão Herbert na escola comunitária na língua alemã de Itapocuzinho chama de “Escola da Cooperativa”. Iniciou o ensino regular no Grupo Escolar Almirante Tamandaré quando este foi inaugurado em 1941. Dentro da campanha de Nacionalização do governo Getulio Vargas e do 26 governador Celso Ramos, o ensino era em português e havia total proibição para falar alemão. Teve como resultado muito sofrimento e pouco aprendizado, no relato de Helga. Casou aos dezessete anos em 20 de agosto de 1949 com Alitor Eggert da Estrada Itapocú Jaraguá do Sul.

                                                                    Helga Maas jovem

 Filhos: 

Inge; 

Astrid casou com Lourival Boehs filhos: Carlos Gabriel e Gustavo Eggert Boehs 

Renita Casou com Osni Lenzi Filhos: Angela e Sara. Angela tem dois filhos Caio e Otto Shrauth Alois Eggert cc Laurita Fischer Filho: Bruno 

Roseli casou com Hélcio Garcia do Nascimento filhos: Leticia e Ligia 

Gisela casou com Mario Steindel 

Edla Eggert casou com Efraim Golbert filhos: Sofia e Carlos


                                            Helga Maas e Alitor Eggert foto 2005 Acervo Astrid Eggert Boehs


 4- Zita  Maas Pfiffer - Nasceu em 15/12/1935 ainda em Benjamim Constant, Blumenau, vindo a Guaramirim com apenas dois anos de idade. Quando solteira trabalhava de domestica na casa de Gustavo Lemke. Ajudou sua irmã Helga nos afazeres domésticos quando nasceu o quarto filho dela :Alois. Teve um filho ainda solteira em 1956. Casou no início da década de 1960 com Alfredo Pfieffer (*15/6/1927 + 13/5/1999) e se estabeleceram como agricultores em Guaramirim na localidade Bananal do Sul. Faleceu em 28 de fevereiro de 2022 em Guaramirim e sepultado dia 1 de março no cemitério municipal desta cidade. Filhos: Rubens Maas *07.05.1956 casou com Lili Gutknecht Filhos: Ivana e Rubens Peter Maas Renato *17.07.1962 casou com Marlene Demker Filhos: Marcelo e Markeli Pfiffer Ademir *24.10.1963 casou com Marta Scheur Filho: Gustavo Pfiffer 

                                                Zita Maas Pfieffer, foto feita durante uma viagem em companhia                                                                 de sua irmã Regina.  Acervo Regina Maas Baier

5- Regina Maas Baier  nasceu em 23/3/1944. Primeiras núpcias com Renato Zuege 

 Filhos: 1- Ramonzito Züge Filhos: Jaquelina ,Janaina, Jonatan tem uma filha Sofie 2- Rosenilda apelidada de Popi Filhos: Gustavo e Guilherme . 

Segundas núpcias com Heinz Baier. Filho: Marcio Baier tem uma filha Camila Baier

                                                    Regina Maas Baier e esposo Heinz Baier

                    

 6-Egon Maas  nasceu em 3/11/1946 casou com Marita Margarida Trapp de Joinville em 1972. Ele trabalhou na cervejaria Antártica em Joinville até sua aposentadoria. Marita era professora de costura até sua aposentadoria, e mesmo após trabalhou de free lancer na área para diversas empresas. Ambos trabalham com hospedagem de turistas no litoral. Filho: Adolar Maas

                                            Casamento de Egon Maas e marita Trapp 1972. Acervo
                                            Helga Maas Eggert



                                            As irmãs regina, Zita (atraz) Helga e esposo Alitor foto de 1999
                                            Acervo Astrid Eggert Boehs










[1] JARAGUÁ DO SUL, Correio do Povo, ANO XXVI, 2 de dezembro de 1944 edicão n° 1252, 

 







 

 












 


Família de  Wilhelm Gottlieb Fischer  

e   seu neto Carl Fischer   

          UM PANORAMA SOBRE O NOME   FISCHER   

O nome Fischer significa “pescador” o que denota   aproximação   com o litoral das terras alemãs   e com as águas em geral, do qual   os povos tiravam seu sustento. É um dos nomes   bastante frequente na Alemanha e entre os  imigrantes   originários de diferentes regiões  dos  territórios de língua alemã que aportaram  na região de Blumenau em SC. Na relação dos pioneiros luteranos da Igreja Luterana de Blumenau, aparecem o nome   15 famílias de imigrantes com o nome Fischer.

Como então encontrar os ascendentes  de uma família neste emaranhado de  Fischer ? Nesta pesquisa seguiu-se  o preconizado pelos ensinamentos básicos da genealogia:

- a partir da avó, saber  quem foi  seu pai,  e por sua vez quem foram os pais e avós deste.

-conhecer onde viveram estes antepassados aqui em Santa Catarina, fundamental na busca dos registros tanto eclesiásticos como civis.

-com base nestas informações, tentar buscar na lista de navios o nome dos imigrantes [1]

-outra estratégia  foi buscar na literatura,  pesquisas anteriores e isto foi   de grande valia  no presente caso,  pois há um grupo que pesquisa das  famílias imigrantes de Pomerode que  já tinham feito uma pesquisa sobre os Fischer na antiga Rio do Testo.[2]

 Importante destacar que   comparando os nomes dos alemães que colonizaram o sul de SC, originários   principalmente da   Renânia e Westfália   o nome Fischer não   está presente. Sendo a Westfália e Renania distantes do litoral, é possível inferir   que nestas regiões   a ocupação de pescador não fosse tão   frequente. Diferente   da   Pomerânia terra de muitos lagos e mais próxima do mar Báltico, de onde vieram   muitas das  famílias denominadas Fischer.

OS IMIGRANTES: LOCAIS DE ORIGEM E VIAGEM

O lugar de origem

 A família de Gottlieb Fischer  era de uma pequena  aldeia rural  chamada Gross Borckenhagen  que  estava localizada até 1945  dentro do   Distrito governamental (Kreiss) de Regenwalde  e da região governamental da cidade de Stettin na  Provincia da Pomerânia. Apenas  8 km de distância na localidade de Friedrichsgnade,  morava o filho mais velho Carl  que era operário  e casado com uma jovem desta localidade.

Na época que os Fischer emigraram, Gross Borckenhagen era uma aldeia  com população independente e havia um latifúndio pertencente a uma família nobre  onde moravam as famílias descendentes dos servos deste senhor feudal. O comando militar  era na cidade de Naugard/Nowograd e quando precisavam se dirigir a justiça tinham que ir na vizinha cidade de Labez atualmente Lòbez. O registro civil era feito dentro da própria vila. Gross Borckenhagen era de população protestante razão porque a única igreja no local era luterana.  O distrito governamental de Regenwalde pertencia a Provincia da Pomerania na parte ocidental dentro da Prússia que era um país até 1870, quando a Alemanha foi unificada. A partir da unificação a Pomerânia se tornou uma Provincia da Alemanha até 1945.

Após 1945 esta parte da Pomerânia foi incorporada pela Polonia, a população alemã teve que  fugir  e atualmente vivem nestes locais poloneses católicos. Em vista disto todos os nomes das cidades e vilas foram modificados. Atualmente a antiga Borckenhagen é denominada de  Borkowo Wielki .  É uma pequena aldeia rural que pertence a comuna de Radowo Male que dista 13 km da cidade de Lòbez e 26 km da cidade de Nowogard/Naugard em alemão[3]. Gross Borckenhagen  dista da cidade de   Szczecin antiga Stettin  63 km. A aldeia  Friedrichsgnade  atualmente é denominada de Trosczczyno  e dista 55km da cidade de  Szczecin antiga Stettin.  A rodovia 147 que liga o leste com o oeste da Polonia,  passa pela aldeia. As duas localidades pertencem  administrativamente  ao município  de Lòbesky cuja cidade principal é Lòbez











Localização da aldeia de Friedrichgnade/Troszczyno e Gross Borckenhagen/Borkowo Wielkie na outrora Pomerania ocidental e atual Polonia.

 

 



Placa indicando Borkowo WLK antiga Gross Borckenhagen



A outrora igreja luterana de  Gross Borckenhagen , hoje uma igreja católica. A construção data de 1500 feita de pedra e sem torre. Ao lado os restos de uma construção de madeira onde se localizam os sinos

 




Construção que abriga os sinos ao lado da igreja




A viagem

A saga de atravessar o oceano, é algo que exigia um longo planejamento. Uma idéia que começa   pequena,  vai crescendo, amadurecendo  e depois da convicção, começa a se espalhar  nas conversas da família e na comunidade de entorno. Os imigrantes que vieram da Pomerânia   e  também de outros locais  dos territórios de língua alemã  não vinham sozinhos. Como eles eram conduzidos por agentes de imigração, estes   arrebanhavam várias famílias de uma localidade ou região. Isto facilitava o trabalho deles e as famílias podiam se ajudar entre si durante a viagem e no local de destino.  Isto foi bem comum nas famílias que colonizaram  Rio do Testo atual Pomerode. Razão porque continuaram uma comunidade bastante homogênea cultivando  a língua e costumes.

 A imigração se faz normalmente com casais jovens, que  tem a vida pela frente e o entusiasmo e coragem para enfrentar  esta empreitada. Na família de Gottlieb Fischer o filho mais velho Carl que era operário na localidade de FRIEDRICHGNADE/TROSZCZYNO   fez a travessia do oceano antes do seu pai e irmãos. Foi aquele que deu o primeiro passo  e depois influenciou os demais da família.

Carl Fischer   filho de Gottlieb Fischer de 27 anos com sua esposa, filhos,  sogra e cunhada  saíram de Hamburgo dia 19 de outubro de 1865 no veleiro Franklin  sob o comando do Capitão Fend. Logo no início da viagem, ventos contrários   fizeram  com que o veleiro se detivesse por muitos dias no Mar do Norte, além de 21 dias no temido Canal da  Mancha. Houve muito desconforto e escassez de água potável.

Chegaram no Porto de São Francisco dia 16 de dezembro  de 1865 alguns dias antes do natal.   No dia 19 de dezembro o  veleiro zarpou em direção ao Porto de Itajaí onde desembarcaram 49 passageiros que seguiram para Blumenau. Entre eles estava Carl Fischer 27 anos operário de Friedrichsgnade, Pomerânia, sua esposa Wilhelmine Koch  e filhos: August de 6 anos e Wilhelm de 4 anos. Junto com eles  a mãe de Wilhelmine, Caroline Koch 49 anos consta como casada mas sem menção ao marido e a irmã Ernestine  Koch de 20 anos, solteira. Todos vinham de Friedrichsgnade. Além da família Fischer e Koch vieram para Blumenau várias outras famílias registradas como procedentes da Prússia.

Após quase três anos,  chegaram   o pai Gottlieb e os irmãos  de Carl. Vieram no Navio Victória   no comando do Capitão Fend, que zarpou de Hamburgo em 10 de maio de 1868 com 273 passageiros. A maior parte deles, 230 eram da religião protestante - luteranos   e apenas 7 católicos. Estes 201  vinham da Prússia  local onde prevalecia  o protestantismo.

O navio carregava como lastro 50 toneladas de carvão de pedra. Carregava também as provisões para a alimentação dos passageiros tais como: carne salgada, toucinho, arenques, pão, trigo, leguminosas, arroz, ameixas, chucrute, melado, café torrado, chá e vinagre. Para a colônia Dona Francisca seguia também uma caixinha de sementes de trigo.

O incidente maior desta viagem foi a morte de uma criança lactente   de uma família que seguia para Joinville e  também o nascimento de uma criança. Na tarde do dia 12   de julho, o navio aportou no Porto de São Francisco onde desceram os  83 imigrantes que iriam seguir para a a Colonia Dona Francisca/Joinville.  Os passageiros que seguiram para Joinville se mostraram satisfeitos com a viagem.

Após o desembarque destes passageiros, provável depois de 2 dias  para descarregar e carregar  frete, o navio seguiu viagem para o Porto de Itajaí. Lá    desembarcaram os 190 passageiros que estavam destinados a Blumenau incluindo a família de Gottlieb  Wilhelm  Fischer  com 49 anos e seus filhos: Ferdinand de 24 anos solteiro, Henriette 22 anos, Albert 17 anos. Não há menção sobre a esposa de Gottlieb e nem se era viúvo. Conta também erroneamente que eram de Borckenhagen  de Holstein.

O DESTINO DA FAMÍLIA DE GOTTLIEB WILHELM FISCHER - RIO DO TESTO/POMERODE

Supões-se  que   Carl o filho mais velho que já estava em Blumenau  provável em Rio do Testo (Pomerode) e  tenha recepcionado o pai e os irmãos na chegada. Nos registros da Igreja Luterana de Blumenau consta que Carl era agricultor em Rio do Testo  mas não localizamos o registro do seu lote nas margens deste rio. Possivelmente seu lote estava situado às margens de algum ribeirão lateral.

Ainda no registro da Igreja de Blumenau,   consta que a esposa de Carl faleceu em  1869  após o nascimento de seu filho Erderei. Não se sabe se foi logo após o parto. Os registros apontam que em 1872, Carl casou com Johanne Christine Henriette Pumplun  filha de Johann Pumplum e Sophie nascida Medon . Esta família   tinha  lote  nas margem direita  do  rio do Testo.   Carl teve cinco  filhos com a primeira esposa e  cinco  com a segunda.

 Quanto ao segundo filho, Ferdinand, logo 2 meses   após a chegada, casou em 1° núpcias em  27.09.1868 com Johanna Wilhelmine Caroline Gustmann  nascida em  27.03.1847 de Knüpshof, filha de Wilhelm Gustmann e Charlotte nascida  Reinchow. No registro dos imigrantes assentados nas margens esquerda e direita do Rio do Testo  está o lote do segundo filho de Gottlieb, Ferdinand   Fischer n° 111 na margem direita de 1868.

Ferdinand  viveu a mesma saga de seu irmão, Johanna Wilhelmine Caroline   veio a falecer, não se sabe quando e quais as circunstâncias, sendo que não há registro de filhos. E assim Ferdinand   em  01.03.1874 casou na igreja de Badenfurt  com Emilie Blödorn * 14.12.1846 de Corlin (possivelmente Körlin norte da Pomeraânia, próximo de Kolberg/Kolobrezeg e Köslin/Kozalin), filha de Heinrich Blüdorn e Louise nascida  Schumacher. Testemunhas: August Grützmacher e Christian Withöft. Há o registro de três filhas com a segunda esposa.

A terceira filha de Gottlieb, Henriete Marie Louise Caroline Fischer nascida em  20.12.1845  em Gross  Borckenhagen casou com  Carl Daniel  Friedrich Riebe.  

O filho mais novo, Albert Heinrich Friedrich Fischer nascido em 25.03.1851  em Gross Borckenhagen, casou aos 11.04.1874 com Justine Augustine [4] Henriette Strelow nascida em  25.04.1853 em  Strachmin distrito governamental de Köslin na Pomerânia/ Kozalin que se situa mais ao norte mais próximo do litoral da atual Polonia. Ela era filha de Friedrich Wilhelm Strelow e Friedrike Marie nascida Reiche. Esta família veio no navio Najade em 30.06.1867 com três filhos entre os quais Johanne Augustine que tinha 14 anos na época. As testemunhas foram:  August Fischer. Não se sabe quem é August Fischer seria um segundo nome de seu irmão Carl ou ainda algum primo. O casal foi morar em   algum lote às  margens do Ribeirão Rega onde nasceram  seus 5 filhos dentre os quais o ascendente da autora:  August Karl  Friedrich depois denominados nos registros civis simplesmente de Carlos Fischer.

 

DADOS GENEALÓGICOS DE JOHANN WILHELM GOTTLIEB FISCHER E WILHELMINE POLZIN

1-Wilhelm Gottlieb * 1819 ao desembarcar do navio em julho de 1868 tinha 49 anos. Era lavrador e da religião luterana

Era casado com Wilhelmine Polzin no entanto veio sozinho ao Brasil com seus filhos. Não consta seu estado civil, mas nos dados dos pioneiros da igreja de Blumenau consta que era casado com esta pessoa. O nome de Gottlieb se supões que seja Wilhelm Johann Gottlieb visto que na lista do navio Victória consta apenas Wilhelm e na lista dos pioneiros da igreja luterana consta Johann Gottlieb. Esta suposição  se faz pelo fato  de que na tradição  no mínimo era ter três nomes

Filhos de Wilhelm Gottlieb

1.1  Carl Fischer (possivelmente Carl August)* 26.04.1838  em Gross Borckenhagen. Faleceu em Rio do Texto/Pomerode. Era lavrador e da religião luterana

1° núpcias: Wilhelmine Koch *1838 tinha 27 anos quando chegou ao Brasil. Possivelmente nasceu em Friedrichgnade.     

1.1.1       Albertine *1856  não veio com os pais ao Brasil. Registros do Family Search indicam que ela foi para os Estados Unidos entre 1870  a  1872. Casou em 31 de agosto de 1876 com Georg Wittig em Dodge no  estado de Wisconsin. Teve 12 filhos entre os quais: Edward,Charles,Arthur,Alvin,Alfred,Willie e Elsie.  

1.1.2       August *1859

1.1.3       Wilhelm *1861

1.1.4        Otto Friedrich Albert *30.10.1869

1.1.5       Erdreich August Hermann 30.10.1869  

 

2° núpcias: em 21.12.1872 com Johanne Cristine Henriette Pumplum *05.03.1851 tinha 21 anos quando casou.

1.1.1 Richard Carl Gustav  *02.03.1877

1.1.2 Gustav Carl Wilhelm *12.09.1879

1.1.3 Bertha Auguste Emilie *20.02.1882

1.1.4 Carl *1888

1.1.5 Alwine

 






Erdreich Fischer com sua esposa Anna Hoge e seus dois filhos. Erdreich faleceu com 29 anos e posteriormente seu irmão Gustav Fischer casou com Anna. Os irmãos Erdreich e Gustav Fischer são filhos do imigrante CARL Fischer. In Texto Notícias 19 de agosto 2020. Foto : Acervo Tania Rahn

 

1.2  Wilhelm Ferdinand Friedrich dito Ferdinand/ Fernando *09.06.1843 em Gross Borckenhagen/Naugard . Era lavrador e da religião luterana

1° núpcias: Em 27.09. 1868 com Johanna Augustine Wilhelmime Gustmann

2° núpcias: 01.03.1874 na igreja de Badenfurt com Emilie Blödorn

1.2.1       Anna Ida Caroline* 9.1.1875

1.2.2       Anna Marie Henritte * 06.07.1879

1.2.3       Bertha Emilie Luise *23.08.1881 casou com Guilherme Hoffmann e faleceu   em 19.09.1958

 

1.3  Henriette Marie Luise *20.12.1845 casou com Carl Daniel Friedrich Riebe.

Filhos: Johann Friedrich August  Riebe*1872; 

Auguste Riebe *1874; 

Anna Riebe 1*876; 

Bertha Riebe 1879; 

Wilhelmine  Riebe*1882. 


 

1.4  Albert Heinrich Friedrich dito Albert /Alberto *25.03.1851 em   Gross Borckenhagen  + 17.06.1916 em Pomerode. Era lavrador e da religião luterana

Casou em 11.04.1874 Justine Augustine Henriette Strelow * 22.2.1918 em Stramim , Köslin/ Kozalin + 22.02.1918  local?

 

1.4.1       Bertha Augusta Johanna *18.05.1875 no Ribeirão Rega/ Pomerode

 

1.4.2       August Carl Friedrich dito Carl/Carlos 01.06.1877 no Ribeirão Rega/ Pomerode

1.4.3     Hermann Friedrich Wilhelm *21.05.1879 no Ribeirão Rega/ Pomerode

casou em 13.11.1901 com Eliza Schmauch

 

1.4.4    Wilhelm Friedrich Hermann *25.10.1881 no Ribeirão Rega/ Pomerode

casou em 13.08.1902 aos 20 anos com Guilhermina Borchard.

 

1.4.5       Alberto Fischer *10.2.1894  no Ribeirão Rega/ Pomerode

casou com Bertha Rhon. Migraram para Jaraguá do Sul e tiveram os seguintes filhos: Alfredo, Helmuth, Herbert, Irmgard, Hilda.






 



Esquema genealógico do patriarca imigrante Johann Gottlieb Fischer e filhos e alguns netos. 

 




A HISTÓRIA DE AUGUST CARL FRIEDRICH  / CARLOS FISCHER E AUGUSTE ACHTENBERG

Augusto Carl Friedrich  Fischer.  Nasceu em 1 de julho de 1877  nasceu  em Ribeirão Rega, Rio do Testo. Este local faz parte do atual bairro Rega em Pomerode.  Faleceu em  + 03-02-1954 as 21:30 da noite em Jaraguá do Sul. Sua sepultura se encontra no cemitério Evangélico do bairro de João Pessoa. Era lavrador e da religião luterana

Assim como dois de seus tios, também teve dois casamentos. Casou em primeiras núpcias com   Auguste Ernestine Wilhelmine Achterberg   no casamento civil em 07.11.1900 as 9 hs da manhã no Paço da Comarca de Blumenau. As testemunhas foram Augusto Fischer e Gottfried Hüffter.

 Auguste   era filha  mais nova de Friedrich Achterberg  imigrante da família originária da Vila de Roggow (Kreis Regenwalde) e de  Karoline (nascida Jahn). Esta família partiu do Porto de Hamburgo em 10 de maio de 1868 com o veleiro Franklin. Os Achterberg se instalaram na localidade de Testo Alto no lote 147. O casal teve no Brasil os seguintes filhos: Emilie Ernestine Caroline Achterberg (28.08.1869), Wilhelm Ferdinand Albert Achterberg (18.11.1870),Erdreich Christreich Eduard dito Eduardo Achterberg (12.06.1872), Hermann Friedrich Carl Achterberg (02.05.1874), Ida Ulricke Wilhelmine Achterberg (28.05.1875), Wilhelmine Auguste Henriette Achterberg (11.06.1878), Auguste Ernestine Wilhelmine Achterberg nascida em 16.06.1880 esta última que casou com Carl Fischer.

Os irmãos de Auguste se destacaram na localidade de Testo Alto com o Comercial e Salão de Festas Achterberg em meados do ano de 1900 (relevante ponto de referência na localidade). Na época, era o local da única passagem em direção a Jaraguá do Sul, perpassando a localidade de Testo Alto/Rio da Luz em direção ao norte do estado. Um dos  netos do imigrante, o senhor Adolf Achterberg, filho de Eduard Achterberg e Olga Schwarz se destacou com marcenaria e fábrica de móveis na localidade do ribeirão Gustmann[5].





Comercial Achtenberg aproximadamente em 1900.Foto:http://fotosantigaspomerode.blogspot.com/


 Segundo relatos orais, o casal Carl e Auguste foi morar   em Rio da Luz Alto em Jaraguá do Sul. Isto se comprovou pelo fato de que o filho Luiz nasceu em 1908 e foi registrado no cartório de Jaraguá do Sul. Neste registro   consta que residiam no Ribeirão Vitória.   Há relatos de que moravam na Tifa dos Macucos. Depois de 2008,  depois migraram para a localidade de Benjamim Constant que na época pertencia a Blumenau, posteriormente ficou anexado ao município de Massaranduba. Lá nasceram   outros filhos   casal, sendo que registrado em Blumenau encontramos apenas o nome do filho mais novo Ricardo.

 Auguste   que   casou com vinte anos,  teve   filhos praticamente  de  dois em dois anos no total de oito. A família teve muita dificuldade de subsistência, cedo os filhos foram trabalhar nas roças da vizinhança segundo os descendentes da filha Lina.  Lina  por exemplo foi trabalhar na propriedade   vizinha de Gustav Kylckövel aos  nove anos de idade. Outros relatos indicam que aos  sete anos já cuidava de uma criança na vizinhança.

Auguste faleceu em 25 de janeiro de 1918 às 2 horas da tarde aos 38 anos. Os relatos orais indicam   que devido ao excesso de trabalho, longas horas lavando roupa em um riacho e com reumatismo, a saúde dela foi se deteriorando. No registro de óbito descreve-se que faleceu em sua residência de morte natural sem  assistência medica pois residiam distantes de qualquer medico e provavelmente não tinham recursos e nem cogitavam   empreender viagem a procura  de assistência. Morrer  era considerado natural mesmo aos 38 anos. Na ocasião os filhos mais novo Richard  que nasceu em 21 de dezembro de 1915  tinha  2  anos de idade. Os   dois filhos  Alvina e Erwin, mais velhos   já tinham mais de 15 anos. 

Após   quatro anos na condição de viúvo com   os filhos mais   velhos cuidando dos mais novos, Carl casou em segundas núpcias com Emma Mohr nascida Rüdiger em 18.11.1922. A família Rüdiger era de Itoupavazinha, Blumenau. Ela era viúva de Roberto Mohr e também tinha oito filhos com diferentes idades. As duas famílias foram morar na propriedade de Carl Fischer.

Relatos das netas de Carl, dão conta que esta junção de famílias foi muito traumática e cheia de conflitos. Os adolescentes das duas famílias começaram a namorar, um dos filhos Erwino chegou a casar com uma das filhas da madrasta.  Os filhos maiores muito cedo procuraram trabalhos fora da propriedade   pois o   ambiente não favorecia   a presença de todos na mesma casa  e a propriedade não  conseguia dar sustento para todos.  A filha Lina   foi trabalhar na Cia Jensen na localidade de Campinha como operária, posteriormente teve uma gravidez ainda solteira.  As conversas   das descendentes de Lina sempre incluíam as dificuldades e os conflitos após  a junção das duas famílias  e percebe-se que ficou a lição de que “ juntar famílias de casamentos anteriores não dá certo”.

Na velhice Carl Fischer e sua segunda esposa, ficaram aos cuidados do filho mais novo Richard/Ricardo. Ricardo decidiu migrar de Benjamim Constant para Jaraguá do Sul. Segundo Richard, decidiram migrar pois Benjamim Constant era um lugar distante de qualquer cidade e eles tinham muita dificuldade para vender os produtos da agricultura. Compraram um terreno na  na estrada Itapocú depois Rua Joinville, atual  Rua Waldemar Grubba. A casa se localizava  quase divisa com o município de Guaramirim (local da propriedade da família Forlin).  

Na visão de uma das netas que o conheceu e    que morava em Guaramirim, Carl  e também  sua esposa Emma eram pessoas  agradáveis, conversavam, visitavam e recebiam visitas dos parentes que moravam na região como a filha Lina em Guaramirim, e os filhos Erich e Reinoldo que moravam no então distrito de Schroeder.

Os parentes relatam que nos últimos anos de vida, ele tornou-se dependente de álcool. Talvez facilitado pelo fato de que na vizinhança havia o alambique da   família Ramthum. Era fácil adquiir o aguardante pois a famíllia Ramthun morava no outro lado da estrada bem em frente da casa de Carl.  O hábito lhe afetou o fígado o que ocasionou sua morte segundo   relato Richard/Ricardo seu filho.

Carl Fischer faleceu aos 75 anos de idade. No registro de óbito consta que faleceu de Insuficiencia cardíaca congestiva   atestado pelo medico Fernando Sprigmann de Jaraguá do Sul. Consta que faleceu as 21:30 da noite em seu domicílio.  O declarante da morte de Carl, foi Adolfo Schlösser, um vizinho que residia em um lote situado entre o trilho da via férrea   e a   rodovia. Tinha uma oficina onde fazia pequenos concertos de máquinas, bicicletas e outros. Carl foi sepultado no cemitério luterano de João Pessoa bairro que pertence ao município de Jaraguá do Sul. Emma, a segunda esposa, após a morte de Carl foi residir   com uma de suas filhas em Blumenau onde foi sepultada

Carl e Auguste tiveram os seguintes filhos: 

1-Alvina nasceu em 17.02.1901 (data do registro de casamento, no entanto no tumulo está 1902) e faleceu 11.12.1970. Casou  em 10.07.1920  com Albert Krieger. Erwino Fischer solteiro com 18 anos de idade foi uma das testemunhas.  Tiveram oss seguintes filhos: Alfons, Hugo, Renate, Erna, Irene e Herta. Alvina viveu e faleceu em Benjamim Constant onde está sepultada.

2-Erwin dito Ervino   Nasceu  em 24.03 -1903   Foi o mais controvertido da família. Relatos orais indicam que teve 4 mulheres. A primeira  era  Milda Mohr  filha de Roberto e Emma Mohr  Emma Mohr era a madrasta de  Erwin. Casaram em  08.05.1926  e  após três meses  em 14 -08-1926 ela faleceu.  Depois da morte desta, casou com Frida Kreiss   em 06.08.1929.  Ela era de uma família da Campinha uma localidade  próxima  a Benjamim Constant, filha de Luiz Kreiss e Ida. O irmão Luiz foi uma das testemunhas do casamento civil.   A terceira mulher era nascida Goldak ou Goldacker  e  a quarta era a viúva Zamke. Todas faleceram, depois da morte da quarta mulher ele tentou casar mais  uma vez, mas as filhas impediram. São relatados ainda outros fatos, no entanto certas histórias   é   melhor    permanecer “dentro d a caixa dos segredos de família”.

3-Erich casou com Tecla  Volkmann. Residiam em Schroeder III  e tiveram  os  seguintes filhos:  Iraci, Ivone, Kurt, Gehard, Alzira e Gerda. Foi sepultado em Blumenau.

4-Lina nasceu em 26.06. 1906  em Benjamim Constant  e faleceu em Joinville em 13.05.1993. Casou em 11.02.1929 com Alvin Maas  filho de Albert Maas e de Justina Augustina Strelow da localidade de Ribeirão  Rega,  Rio do Testo/Pomerode. As testemunhas do casamento civil  foram Gustav Kylcköfel  e  Walter Ribock. Walter Ribock  já tinha sido  testemunha do casamento de  Erwin Fischer e a família Kylcköfel  vizinha da propriedade da família Fischer.  Lina tinha trabalhado na propriedade desta família e um das filhas Adele casou com o irmão de Lina, Luiz.

Lina teve um filho ainda solteira de nome Raulino Fischer em 1927. Quando jovem e ainda solteira trabalhou na Cia Jensen que ficava em Itoupava Central mais tarde tinha uma filial em Massaranduba.  Era uma empresa  que começou como açougue e foi evoluindo no beneficiamento de leite,porcos  e outros produtos dos agricultores.

 Após casar com Alvin, residiram primeiramente em Benjamim Constant onde nasceram os filhos Herbert, Helga e Lucia Zita. Por volta de 1939   migraram para Guaramirim onde permaneceram durante muitos anos e onde nasceram os filhos Regina e Egon. Porém como parte do terreno era sujeito a enchentes, migraram para Joinville na localidade de Estrada Blumenau aproximadamente em 1962. Após 4 anos venderam esta propriedade e compraram outra no bairro da Vila Nova.  Alvin não usufruiu   muito tempo de sua   nova propriedade pois   foi ficando fraco e doente falecendo em 1967. Lina ainda viveu durante muitos anos na sua casa aos cuidados de sua filha Regina e de seu filho Egon. Faleceu com 87 anos, sendo que   ela e o esposo   Alvin estão sepultados no cemitério da localidade Estrada Blumenau em Joinville.


Casa que pertencia ao casal Alvin Maas e Lina Fischer em Benjamim Constant. Massaranduna. Na foto de   óculos escuros  Helga  Maas Eggert  nascida nesta casa. Alitor Eggert o esposo e a filha Astrid autora deste escrito. Foto 2005. Acervo Astrid Eggert Boehs

 

 




Alitor Eggert e Helga Maas Eggert na parte posterior lateral da Igreja evangélica de Benjamim Constant atrás está situado o cemitério onde estão sepultados filhas e filhos de Carl Fischer. Foto 2005. Acervo Astrid Eggert Boehs

5- Luiz *22.02.1908  no Ribeirão Vitória, Rio da Luz Jaraguá do Sul. Casou em 29.07.1933 com Adele Kylcköfel *1.11.1908 +9.11.1974. Ela era filha de Ricardo e Ida Kylcköfe. As testemunhas do casamento civil foram os irmãos dos noivos Erwin Fischer e Bruno Kylcköfel. Luiz era conhecido como LUI, viveu e faleceu em Massaranduba .

                                            Lina com seus filhos ao lado de sua casa em Joinville

6- Reinold  nasceu em 1910. Era lavrador no município de Schroeder na Estrada Rio  Ernes onde tinham sitio  com casa de madeira.  Era  casado com Martha. Faleceu  em 05.10.1951 aos 41 anos de idade  de edema cardio-renal atestado pelo medico de Jaraguá Almiro Batalha. Deixou os filhos: Erica, Reinoldo, Ingrid e Regina?.  O declarante da morte foi Carlos Zerbien. Após o falecimento sua irmã Lina com esposo e os filhos menores Regina e Egon foram visitar a viúva, pois devido a distancia de Guaramirim não puderam ir ao enterro. A viúva estava inconsolável com a perda. Depois disto não houve mais contatos   com a família de Reinold.  

7- Matilde nasceu   cerca   1912.  Casou com Karl Hackbart teve 7 filhos. Faleceu em 4.01.1930  as 9 horas da manhã, aos 38 anos de idade,  tendo como causa o parto. Foi sepultada no cemitério da localidade de Rio Branco/ Guaramirim. Seus filhos eram todos de menor idade e foram distribuídos entre os parentes. A filha Anita foi criada pelo seu tio Richard, Clara  pelo  tio Ervino,  Zita trabalhou na casa de Comercio de Alvin Muller em Jaragua do Sul. Ruth foi criada por Hugo ( não se sabe se era um tio  paterno ) em Rio da Luz.  As filhas Hildegard   e Amanda os parentes não souberam informar, Felipe ficou solteiro. O viúvo Karl Hackbart  tinha uma má  formção no pé, foi trabalhar em diferentes propriedades e não casou mais. No entanto continuou visitando as irmãs e irmãos da esposa falecida, razão porque as filhas de Lina lembram destas visitas.

8-Richard nasceu  em  11 de agosto de  1915 [6] casou com Frida Loth. Viveu nos últimos anos com seu filho  Wendelino  no bairro Tres Rios do Norte em  Jaraguá do Sul.  Foi o amparo de Carl na velhice. Teve os seguintes filhos: Ilse, Iris, Laura, Rosi, Ilzita, Wendelin, Ivo. Ainda tiveram duas crianças menores que faleceram quando moravam na Rua Waldemar Grubba antiga Rua Joinville. Uma das crianças foi sepultada no cemitério da localidade de João Pessoa e outra no cemitério de Guaramirim. 

Esquema genealógico de Carl Fischer e Auguste Achtenberg e seus filhos e netos.


Mapa do norte de Santa Catarina localizando o trajeto de Carl Fischer e Auguste Achtenberg e seus filhos,  desde Ribeirão Rega. Fonte Google Maps

 


Bibliografia

1- BÖBEL, M. Thereza; THIAGO, R. Joinville Os PioneirosII: Documento e História  1851 a 1866. Joinville, SC: Univille, 2005. p. 79. 

2- Böbel BÖBEL, M. Thereza; THIAGO, R. Joinville Os Pioneiros: Documento e História. Joinville, SC: Univille, 2001. p.421.

3-RADUENZ, Genemir, KLEMANN, Edson, STRELOW, Johan Ditmar, WERLING, Cláudio. . Origem de uma família Pomerana: Fischer. Pomeranos no Vale Europeu disponível https://www.facebook.com/search/top?q=Pomeranos%20no%20Vale%20Europeu .

4-RADUENZ, Genemir, KLEMANN, Edson, STRELOW, Johan Ditmar, WERLING, Cláudio. Uma Familia Pomerana: Achtenberg Texto Notícias  2 de outubro de 2020. Disponivel em http://www.testonoticias.com.br/clic-tn/uma-fam%C3%ADlia-de-origem-pomerana-achterberg-1.2265747

 

Fonte de dados

1-Relatos orais de Helga Maas Eggert, Zitta Maas Phiffer, Regina Maas.

2- Entrevista com Richard Fischer  e  Wendelino Fischer em 2006 no bairro  Tres Rios do Norte em Jaraguá do Sul. Posteriores contatos com Wendelino Fischer. 

3-Consulta aos registros de óbitos de Auguste (Blumenau obitos 1917-1920 registro n°14 fl.41)e Karl Fischer (Jaragua do Sul 1954 n°309 fl. 555)

 no site Family Search. 

4-Consulta aos registros de nascimentos ,  casamentos  e óbitos  de diferentes integrantes da família nos cartórios de Blumenau, Guaramirim e  Jaraguá do Sul  disponíveis no site Family Search.   https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HT-6163-3N5?from=lynx1UIV8&treeref=LRX1-3PD&i=109 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



[1] a-Böbel BÖBEL, M. Thereza; THIAGO, R. Joinville Os PioneirosII: Documento e História – 1851 a 1866. Joinville, SC: Univille, 2005. p. 79. 

 b-Böbel BÖBEL, M. Thereza; THIAGO, R. Joinville Os Pioneiros: Documento e História. Joinville, SC: Univille, 2001. p.421.

[2] RADUENZ, Genemir, KLEMANN, Edson, STRELOW, Johan  Ditmar, WERLING, Cláudio.  

[3] Observar que há nomes de cidades e localidades iguais na Polonia. Por se tratar de um local muito pequeno , Borkowo Wielki  aparece no Google maps quando  colocado com o máximo de aumento.  Proximo fica a outra Borkowo, Borkowo Male. Estas localidades se situam ao lado  de uma rodovia menor que desemboca na rodovia 146 que vai em direção a cidade de Lobez.

[4] No registro dos pioneiros da Igreja luterana de Blumenau consta o nome  Justine Wihlemine no entanto em todos os registros civis posteriores dos filhos, consta Augustine e depois simplesmente Augusta.

[5] Helga Maas Eggert relata que as carteiras escolares  do Grupo Escolar atual  Escola Estadual Almirante Tamandaré  do município de Guaramirim, foram fabricadas pela família Achtentenberg. As etiquetas da fábrica estavam coladas nas carteiras. Helga estudou nesta escola  nos anos da segunda guerra mundial   início da década de 1940. Foi  aluna de uma das primeiras turmas  da  da escola inaugurada em 1941. A escola fez parte da politica de nacionalização  no governo de Getúlio Vargas, razão porque os alunos de origem alemã foram aterrorizados e pouco aprenderam nestes anos, de acordo com o testemunho de Helga M. E.

Pesquisa elaborada por Astrid Eggert Boehs.

mail para contato e informações: astridboehs@gmail.com